Indico esse blog de novo:
http://johnnyguimaraes.blogspot.com/
Gostei muito de comparar as críticas ao livro dele de 1996 com a minha. Fiquei orgulhoso de verificar que meu texto convergiu com o do experiente José Afrânio Moreira Duarte.
Wilson: dê uma olhada nesse blog, acho que tem tudo a ver você conhecer o Johnny, ele é policial federal em Varginha.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
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terça-feira, 2 de março de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Poesias e Gerações e Outras Coisas
O livro de Johnny Batista Guimarães, Dentre Outras Coisas (lançado pela Editora Mulheres Emergentes), mistura prosa poética, frases e poemas. Ás vezes o poeta tenta expressar-se através da leveza do hai-kai; às vezes através de poemas caudalosos, aproximando-se bastante de seu padrinho involuntário (cujos textos abrem e fecham o livro): João Cabral de Melo Neto.
O livro tem resquícios do estilo de ser e de se expressar de vários outros autores, além de João Cabral, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e os concretistas se insinuam. Influentes, bem-sucedidos e fortemente presentes na mídia, estes artistas tendem a influenciar os mais novos. O que está faltando é uma revisão crítica do movimento tropicalista/concretista.
O dilema de Johnny é este, o de toda uma geração: encarar os "pais" ou "padrinhos" imaginários e encontrar sua identidade, sua voz própria, acreditando na palavra, num mundo onde mesmo a juventude privilegiada grunhe, emite sons ininteligíveis e não lê nem jornais, quanto mais poesia.
E Johnny se encontra em meio a este impasse. Apresenta preferência pelo verso curto (muito em voga a partir do livro Caprichos e Relaxos, de Paulo Leminski, que foi um best-seller da poesia dos anos 80) e pela utilização de várias formas (prosa poética, frase, poema sucinto) numa busca de expressão que melhor se adapta a seu estilo florescente.
Sua poesia está mais consistente e segura quando lida com o cotidiano com leveza, como em Penitência: "Maria, a lavadeira evangélica lá de casa,/Foi demitida por deixar uma torre de roupas sujas alcançar os céus". A observação poética do cotidiano, do quarto, da cidade e de sua própria vida é o forte da poesia de Johnny, como demonstra o poema Apelido: "Vão dos dedos dos pés parecem gaivotas/ Joelho, essa rocha esquisita/Cotovelo, esquina perigosa./Unhas, periferias esquecidas/Gansos, algumas veias/Eu pareço uma nuvem".
Lúcio Emílio é formado em Filosofia (artigo do Jornal Plenário, 1996).
O livro tem resquícios do estilo de ser e de se expressar de vários outros autores, além de João Cabral, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e os concretistas se insinuam. Influentes, bem-sucedidos e fortemente presentes na mídia, estes artistas tendem a influenciar os mais novos. O que está faltando é uma revisão crítica do movimento tropicalista/concretista.
O dilema de Johnny é este, o de toda uma geração: encarar os "pais" ou "padrinhos" imaginários e encontrar sua identidade, sua voz própria, acreditando na palavra, num mundo onde mesmo a juventude privilegiada grunhe, emite sons ininteligíveis e não lê nem jornais, quanto mais poesia.
E Johnny se encontra em meio a este impasse. Apresenta preferência pelo verso curto (muito em voga a partir do livro Caprichos e Relaxos, de Paulo Leminski, que foi um best-seller da poesia dos anos 80) e pela utilização de várias formas (prosa poética, frase, poema sucinto) numa busca de expressão que melhor se adapta a seu estilo florescente.
Sua poesia está mais consistente e segura quando lida com o cotidiano com leveza, como em Penitência: "Maria, a lavadeira evangélica lá de casa,/Foi demitida por deixar uma torre de roupas sujas alcançar os céus". A observação poética do cotidiano, do quarto, da cidade e de sua própria vida é o forte da poesia de Johnny, como demonstra o poema Apelido: "Vão dos dedos dos pés parecem gaivotas/ Joelho, essa rocha esquisita/Cotovelo, esquina perigosa./Unhas, periferias esquecidas/Gansos, algumas veias/Eu pareço uma nuvem".
Lúcio Emílio é formado em Filosofia (artigo do Jornal Plenário, 1996).
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