Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Fora de Moda (Uma Letra da Horta)
As referências musicais de Fora da Moda podem ser encontradas nos anos 70 (Deep Purple, AC/DC, por exemplo). Estão fora de moda, diria um crítico apressado; no entanto, estão atuais num tempo onde não há uma moda tão clara e imperativa como no tempo dos hippies e dos punks.
Não quero fazer o que você faz
Só por costume de fazer
Não vou me vestir como você se veste
Porque não quero ser igual
Não vou repetir palavras tão comuns
Que só nos fazem estagnar
Não quero proclamar sentenças afetadas
Que não procuram procurar
O interessante está fora da moda
E subverte o que é comum
Sentado em sua sala cheio de incredulidades
Procura o que é o natural
Não posso entender como você consegue
Gostar de ser igual a todos
Como um objeto com vários modelos
Utilidades e acessórios
Na verdade você não é você em muitas coisas
Na verdade você não é você em quase nada
Tente esquecer o que os outros ditam
E mergulhar dentro de si
Ao encontrar caminhos inimagináveis
Seja escolha
Seja livre
Seja poucos
Não quero fazer o que você faz
Só por costume de fazer...
Não vou me render a tudo que é aceito
Por ser mais cômodo...
Eu aprecio o idiossincrático
E admiro o original
Me relaciono com as nuances do tempo
Por causa da verdade
Tente esquecer o que os outros ditam
E mergulhar dentro de si
Ao encontrar caminhos inimagináveis
Seja escolha
Seja livre
Seja louco
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Banda Horta
http://www.myspace.com/bandahortabh
Abraços do Lúcio Jr.
Banda Horta
http://www.myspace.com/bandahortabh
Blog da banda:
http://bandahorta.blogspot.com/
Abraços do Lúcio Jr.
Banda Horta
Convido a todos para MEGA SHOW da minha banda, que
acontecerá no Garage D' Caza, um pub de rock muito
bacana, no dia 10 de fevereiro, para curar (ou piorar)
a ressaca de carnaval!
O Garage D' Caza é um pub já com nove anos de
existência, lugar muito aconchegante, e se localiza na
Alameda do Ingá 121, Vale do Sereno, na região do Seis
Pistas, atrás do BH Shopping. A entrada é 6,00 reais,
o horário do show é 20:30 hs e o site do garage, para
quem quiser mais informações é
www.garagedcazapub.cjb.net.
Aproveito para convidar todos os meus amigos para
entrarem na comunidade da Banda Horta no Orkut, para
dar uma força pra banda. Ela está na minha lista de
amigos.
Um grande abraço e espero ver vocês no show!
sábado, 22 de dezembro de 2007
Fúria Lânguida, Rodrigo Soares Camargos
ÊNCLASE
Porque penso
Se forçosamente estou
Tal como vou
Porque penso
Se sempre esqueço de meu braço
Se sempre acordo às 6:00
Se me despenteio no vento
Porque penso
Se assim me incendeio
Se minha verve explosiva
De um sim distancia-se
Porque penso
E invento tanto
Alardeando como um santo
A faca de tais elementos
Porque me dilacero na contradição
Porque me embebedo da insensatez
Porque me esqueço do despertador
Porque penso
Pulsando por impertinência
Vagando por qualquer clemência
Anômalo
Em sua insistência
Porque penso
Porque vejo
A túnica que se desgarrou
De sua entropia
Porque penso a tristeza e a alegria
Porque não fluo
Nas inadequações do dia
Porque coleciono medos
Receios estéreis
Porque não fluo
E significo aporias
Porque não esqueço de mim?
Porque penso
E peno
Atravessando o inferno
No meu próprio umbigo
Forte
Fraco
Soberbo
Perdido
FARSA
Que se adequa a cada desafio
ESCRAVO do vazio que a cada hora crio
ESTRANHO inerte na droga do cio
Quem sou eu?
A pergunta volta
Que circo cíclico
Zomba desta pobre alma
Encontro-me devassado
Preciso de espaço
Não consigo fugir
Sinto medo
Porque sinto?
MINHA FÉ
Nos idos de 2005, encerro já os meus versos
Meu manifesto está mudo
E demasiado lúcido
Miúdo para qualquer panfleto
Meu leito esgarça-se
Meus braços expandem-se
Tudo querem abarcar
E minha fome aumenta com o tempo
Este ano de tantas esperanças
Pouco acrescentará às lembranças
Espero ao menos ter semeado
O odor dos acessos
O ocaso do tédio
Na corda bamba fui tentando aprumar
A rota do meu escancarar
Testemunha do esforço agudo a se debater
O rio de vãos sorrisos se esquecerem
E se reerguerem insólitos
Talvez numa cruzada sólida
Vestida de lucidez e força
Como uma tomada nova
Visitei incontáveis ângulos
Nem sabendo que havia tantos
E neste momento de ciência
Vejo-me exaurido
O tanto que doei é só o que ganhei
A façanha de engendrar o possível
Das entranhas do que parecia insano
Guardo no silêncio
As esperanças módicas
E me atiço viscoso ante as possibilidades
Este meu ar delirante
Ainda me fará arder
Temo morrer queimado
Por minhas paixões
(Re)encontro a dor tanta
No acabar do ano
CURVA
O noticiário da TV
Jorra peças sombrias
Envolvidas pelo ácido
De uma neo-selvageria
Pós moderna
Aviltada
Quando a frustração alimenta o sangue
E o sangue é vendido feliz
A barbárie via satélite
Novos tempos
A barbárie via satélite
E o noticiário da vida
Padece da mesma irrazão
Tanto quanto aqueles mesmos fatos mortos
A vida e a barbárie, juntos
Numa transa frenética
Os corpos mortos estão vivos
E os vivos, mortos
Seu legado fétido toma a tudo de pronto
E a carne pútrida reveste os tantos corpos belos
Pois a violência é a outra face
É o negativo
É o outro lado
Violência é tudo o que você vê não vendo
É o outdoor
São as luzes histéricas clamando atenção
Os corações excitados e exilados
São as manchas das sirenes
Rasgando a noite
É o tempo parado sobre rodas
É o calor que cobra e asfixia
É a multidão incógnita e premente
É toda promessa de frustração
Estampada em toda propaganda
É todo o tempo contado e ofegante
É todo edifício garboso esbarrando em favelas
É todo condomínio-feudo no meio do caminho
É todo império do vazio
É toda possibilidade de impossível
Todo caminho demasiado longo
É tudo isso que fazemos repetindo aceitando
É toda essência do que somos
Do que nos transformamos
Qual violência você escolhe:
Com ou sem sangue?
Há farta escolha vil nesta real constatação:
Indo nesta direção
Violência é o que lhe espera após a próxima curva
LVUÉOESRDUUX
Não consigo arrumar a bagunça que há em mim
E no mundo e em você
E agora
- me pergunto e puno
Ao não digerir estes traços inacabados de tudo
Esta bagunça Este mundo assusta
E eu não acabo a mim E ao mundo e a você Nada está acabado e ainda sim Tudo terminado em sua imperfeição
E impropriedade E
ainda sim tudo se insinua
Mas não desnuda
E a vida está eternamente preparada
Para um tudo que não se acha
E que tende mais para um nada
atejorp es odut sioP
Mas não se acarreta
Ou se desperta
Nestas eternas tendências às meras De frases inebriantes e abertas
Esse real de promessas
Imersas de sonhos mundanos
Cruzados no ardor do caos
Dessa sentença estranha
Que a ninguém encanta
O improvável do imponderável
Que se torna justiça
O salto ao vazio
Que se faz de verdade
O fio não se acha
O que afirmo se dissolve
Nesse ocre do olhar insone
Vigilante na teia de ghosts
Supernovas nauseantes
Me deixando, te deixando assim todo perdido
NÃO CONSIGO ARRUMAR A BAGUNÇA E O TURBILHÃO VAI ENGOLIR