Vi um episódio da série Capitu e gostei bastante. Nela, a luz e a música eram quase personagens da ópera-rock de Luiz Fernando Carvalho. Não estavam ali compondo o ambiente, dialogavam como o que acontecia, comentavam, citavam, etc.
Achei divina a passagem em que o narrador (Michel Melamed) recitava um trecho melancólico e a trilha citava, como música incidental, War Pigs, do Black Sabbath! Que ousadia! E a citação não poderia ser mais lírica.
Num outro momento, o diretor ganhou muitos pontos comigo ao perceber que o triângulo amoroso em Dom Casmurro é: Bentinho amava Capitu e Escobar que amava Bentinho. Ora, está mais para estrutura dos seminários do Lacan, isso aí...
Outro acerto é concentrar em Capitu: quando ela entrou dançando, o personagem do Bentinho jovem me emocionou ao dizer: de onde vinha a alegria de Capitu? De onde tanta intensidade, tanto desejo de viver? Existe uma canção linda de Luiz Tati que Ná Ozetti canta: Capitu. Ela, na música, é a sereia dos mares, é a ressaca dos mares, é o feminino com arte. Ainda estou sob o signo de Luiz Fernando Carvalho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário