segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Resposta a Alex Lombello: Holocausto Abacaxi?


Alex: a propósito do seguinte comentário seu no São João Del Pueblo, que segue abaixo, deixei uma resposta, mas pelo visto foi "moderada" em nome da "liberdade de expressão". Isso já aconteceu também nas postagens do historiador Wlamir Silva.
A respeito, pontuo o seguinte, não existe "factóide" ao levantar a hipótese de ter sido o Mossad ao atacar o Charlie Hebdo, existe uma hipótese, somente. O atentado só aproveita à direita que quer fazer "frentes". Como são estúpidos os que propõem essas frentes! Outro dia no grupo do facebook Socialismo tinha um tal representante da tal frente de esquerda, ao que parece reunindo uma frente de partidos e fazendo recomendações. Ele dizia que os componentes da frente deveriam "tirar fotos e entregar para a polícia quem estivesse agindo com violência"! Veja só! Somos todos p2? Uma frente de delatores...Não é a primeira vez que vejo isso. No grupo de discussão do PCB no facebook, de onde fui expulso, dois militantes do MEPR comentaram que um militante do PCB clamava pela expulsão de black blocks das manifestações, "com golpes de karatê". Eu já registrei uma "frente" trotsquista semelhante aqui, quando do revide contra a sede do PSTU. Depois estranham quando são expulsos das manifestações e têm suas bandeiras rasgadas!
A liberdade de expressão tem limites na França, tanto que não se pode brincar com o holocausto dos judeus, como faz Dieudonné em canções como "Shoah Ananas", que poderia ser traduzida como "Holocausto Abacaxi". O humorista foi preso agora, mas há muito está na mira da ordem estabelecida. O filósofo "coxinha" Bernard-Henri Levy já propôs proibir seu espetáculo e, como Henri-Levy é influente no poder, Dieudonné foi multado em 30 000 euros e agora está em "prisão preventiva".
No Brasil, ficou também ficou bastante evidente a irritação dos católicos e religiosos em geral com as charges, irritação confirmada com a frase do Papa sobre o soco. Já os jornalistas televisivos como os da Globo defenderam, de boca, a liberdade de expressão absoluta. Falso, visceralmente. É claro que é para sua vertente de pensamento: para os neonazis da Ucrânia, que eles mostram junto a religiosos posando de piedosos, para a nova capa do Charlie Hebdo com o profeta Maomé, capa que tem provocado protestos no Níger, Paquistão, Rússia, pelo mundo afora. Enquanto isso, o humorista que satiriza o holocausto vai para a cadeia... Eles usam dois pesos e duas medidas, esse é o importante.

Em termos de números, o conflito na Ucrânia é mais importante do que o atentado no Charlie Hebdo e recebe muito menos mídia. Esse é o ponto. Agora, o conflito da Ucrânia nos mostrou como agir contra o fascismo. Não é fazendo "frentes" no parlamento com Bolsonaro, é diferente do blá blá blá de Gramsci no parlamento enquanto Mussolini marchava com os esquadrões dando porrada. Os comunas e anarquistas da Ucrânia mostraram que o caminho para combater o fascismo, naquele caso, é fazer milícias populares.

Discordo de quase tudo nessa análise... Está óbvio que os assassinos eram mesmo fanáticos religiosos, e se algum serviço de inteligencia tem algo com isso, não muda nada... Acho lamentável que para um acontecimento novo se use a mesma ladainha de 20 anos sobre a necessidade de criar um factóide para a guerra contra os muçulmanos... Também é mentira que a imprensa "brasileira" esteja a favor de liberdade de expressão... A verdade é que a imprensa "brasileira", assim como TODA a DIREITA, está defendendo que liberdade de expressão tem limites... O monte de assuntos envolvidos no texto são só desconversa, desvio do importante... Fato é que grande parte de nossa esquerda está confessando agora algo que eu já notava na prática - completa falta de compreensão sobre a necessidade de liberdade de imprensa! Tanto que comparam números, alguns idiotas... Acham que o problema é número de mortos, que outros massacres mataram mais e portanto deveriam receber mais atenção!?!?! Quanta estupidez!
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