quarta-feira, 29 de julho de 2015

Cristiano Alves se embana sobre Pol Pot

Cristiano Alves se embanana ao falar sobre Pol Pot e Cambodja, Veja o vídeo aqui.

Houve uma guerra entre Cambodja e Vietnã, sim, a partir de 1975. O motivo foi porque o Cambodja perdeu territórios no passado para o Vietnã e no sul do Vietnã ainda vivem pessoas de etnia Khmer. O objetivo, então, era recuperar esses territórios perdidos quando o país era ainda o império Khmer.

A partir dessa tentativa, o Vietnã passou agredir o Cambodja sistematicamente, com provocações na fronteira. Como o Cambodja era menos populoso e tinha menos armas, sofreu derrotas a partir da invasão vietnamita em 79. A solução foi proclamar a guerra popular e desocupar a capital.

Os guerrilheiros do Khmer continuaram fortes na região da fronteira da Tailândia e, durante muitos anos, a ONU ainda reconheceu o governo de Pol Pot como governo legítimo, pois não se pode reconhecer governos advindos de invasões estrangeiras, daí a suposta ajuda de Reagan e Thatcher.

A posição de Enver Hodja era possivelmente exagerada devido ao fato de que Hodja, por volta de 1975, rompeu radicalmente com o maoísmo. Enquanto Hodja ficou para trás, o maoísmo, que é o marxismo mais avançado que existe, segue em frente, inspirando movimentos vigorosos na Índia, Filipinas, Nepal, assim como até mesmo o governo da China ainda é maoísta da boca para fora.

Pol Pot e seu partido ambicionavam criar algo novo, sem seguir linha estrangeira alguma. No entanto, como boa parte da esquerda mundial nos anos 60, foram influenciados pela revolução cultural e pelo maoísmo.

O país não foi anti-marxista porque transferiu as pessoas para o campo. Isso não se resolve simplesmente recorrendo ao Manifesto Comunista, fazer isso é puro mecanicismo. E do mais grosseiro.

A ideia foi transferir as pessoas da cidade para o campo, pois as pessoas estavam todas na capital, vivendo de ajuda humanitária. E essa ajuda cessou a partir da revolução cambojana de 1975. Daí que o país transferiu as pessoas para o campo, buscando reconstruir as plantações de arroz. E há fontes que indicam que obteve sucesso.

O regime cubano aceitou a divisão internacional do trabalho proposta pelo social-imperialismo soviético, por isso não desenvolveu indústrias. Não foi nada ligado ao fato de serem jovens que não entendiam o papel da indústria.

A China interessou-se, sim, no governo de Pol Pot. O partido cambojano seguia a linha chinesa desde os anos 60, repudiando a linha vietnamita pró-soviética, que propunha que o Vietnã deveria hegemonizar a libertação do Cambodja, construindo uma federação indochinesa. Mesmo Deng Siaoping ainda chegou a atacar o Vietnã em 1979 em protesto contra a invasão do Cambodja.

Havia uma frondosa embaixada soviética na ditadura militar de Lon Nol no Cambodja, ditadura essa saída de um golpe de estado em 65, com apoio dos Estados Unidos. O golpe derrubou o governo do rei Sihanouk. Os monarquistas, por estranho que pareça, estiveram ligados ao movimento de Pol Pot. Os monarquistas eram representantes, podemos supor, da burguesia nacional.

Não consegui fontes primárias sobre isso, exceto alguns documentos em universidades americanas que pude acessar na wikipedia em inglês. Os documentos mostram a influência do maoísmo nas resoluções do partido cambojano. O programa deles era acabar com as doenças tropicais, a fome e o analfabetismo. 

O monumento existente no Cambodja foi construído pelo governo pró-vietnamita que durou de 1979 a 1991 no Cambodja. Ainda hoje há acusações de que o Vietnã influencia o governo cambojano e há tensões entre os cambojanos e os vietnamitas.

Até hoje o Khmer Vermelho é uma força no jogo político do país asiático, embora tenha virado em grande parte um partido associado ao poder e alguns de seus líderes estejam sendo alvo de um tribunal internacional, tais como Khieu Samphan.



3 comentários:

Anônimo disse...

Nem me embanano mais com esses vídeos do Cristiano! Ele é contra os gays. Pra mim até um vídeo do Obama é mais de esquerda.

Márcio Vinícius Oliveira Moura disse...

• Exclusive Eyewitness Report from Kampuchea (BURSTEIN, Daniel.
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Márcio Vinícius Oliveira Moura disse...



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