A classe trabalhadora precisa pensar com a mesma lógica, a lógica da luta de classes, e não se iludir com os falsários que falam, tanto e tanto, há anos, em seu nome, alimentando ilusões no parlamento burguês ou em reformas dentro da ordem do capital. A classe trabalhadora precisa exercer a sua política verdadeira, que é a resistência à extração cotidiana de mais-valia pelo capital. Mas para essa resistência e para essa política verdadeira, sem dúvida, é um fator muito positivo a saída do PT do poder. O PT, queira-se ou não, é o principal partido, para a burguesia, nessa verdadeira política, pois é o partido mais bem qualificado e preparado para manter a classe trabalhadora controlada e impotente diante do roubo cotidiano que o capital faz de sua vida. Se a burguesia tiver de afastar o PT do poder, é porque a situação chegou em um grau insustentável para sua dominação. O PT é o fiel da balança para a manutenção da ordem burguesa atual e, caso caia, será acelerada a queda de um bloqueio histórico à luta da classe trabalhadora, um bloqueio que há décadas impediu e impede a criação de uma alternativa revolucionária. Basta lembrar que há 35 anos a maioria da esquerda dita revolucionária entrou no PT em busca de um suposto atalho de construção, e saiu desse partido igual ou mais fraca do que entrou. O PT, com seu programa reformista e parlamentar, bloqueou por décadas e ainda bloqueia a esquerda e a classe trabalhadora. O afastamento do PT da presidência (mesmo que signifique sua manutenção na estrutura do governo) significa quebrar em grande medida o financiamento de sua base sindical e burocrática comprada, que se alimenta do Estado e age para paralisar a classe trabalhadora. Diminuir as verbas para as burocracias compradas é uma forma de enfraquecê-las materialmente. Enfraquecê-las tende a favorecer seu atropelo pelas lutas da classe trabalhadora que certamente virão.
Assim, se a saída de Dilma do governo não é ainda algo estratégico (no sentido da sua derrubada pelo poder autônomo e organizado da classe trabalhadora), é sem dúvida algo tático muito importante. A saída do PT do governo, ao favorecer a luta autônoma da classe trabalhadora, é hoje uma tática para acelerar o reagrupamento da esquerda revolucionária em torno de um novo projeto, ou melhor, em torno do velho projeto marxista da dualidade de poder.
7 comentários:
Eu quero a Cultura viva!
https://www.youtube.com/watch?v=ZXMyIjjMw-k
Lúcio, você está usando o texto de uma organização trotskista ultra-esquerdista pra analisar a conjuntura brasileira atual?
Sim, são trostsquistas, mas como um relógio parado fica certo duas vezes por dia, estão certos.
Argumente então contra esse trecho.
Me desculpe, Lúcio, mas que comparação precária que você fez, se assemelhando mesmo à algumas citações que o Mao fazia e não eram nada claras. Essa sua postagem só mostra que o maoísmo não passa de mais um revisionismo (talvez mais pernicioso por se dizer anti-revisionista, pró-Stalin (até a página 2) etc.), como é o trotskismo. Chega ao ponto de partidários do maoísmo e do trotskismo trabalharem em sinergia, por um objetivo aventureiro de apoiar o impeachment da Dilma, opção nesse momento mais que duvidosa em termos de consequências para o futuro dos comunistas no país.
«¿Será casualidad que para denigrar a la Komintern y a Iósif Stalin hagan piña revisionistas soviéticos, chinos, yugoslavos, eurocomunistas, etc.? ¿Es igualmente casualidad que usen los mismos «argumentos» que la emplearían la socialdemocracia o Trotski? Para los marxista-leninistas de hoy en día, es un honor poder estudiar la experiencia de la Komintern con los medios que hoy disponemos. Para nosotros la Komintern de Lenin, Stalin, Dimitrov, y otros, y su historia debe de ser estudiada por todo marxista-leninista por su gran aportación al movimiento comunista internacional». (Equipo de Bitácora (M-L); Introducción a la obra de Shyqri Ballvora: «La importancia histórica de la Komintern en la denuncia y exposición de los revisionistas y su papel y lugar en la historia» de 1984, 4 de febrero de 2015)
LEIA MAIS EM: http://bitacoramarxistaleninista.blogspot.com.br/2015/08/las-invenciones-del-thalmanniano.html
Eu fui do PT e eles pediram impiximã de Sarney, Itamar, Collor e FHC. A cada novo escândalo de corrupção, pediam impiximã interessados em dividendos eleitoreiros. Agora apenas a classe média e alguns setores empresariais, manipulado por outro setor empresarial, pratica o que eles ensinaram.
Igualmente, fizeram campanha pela moralização, mas praticaram a corrução largamente, dando ódio, pois os trabalhadores e a classe média sintam raiva, pois se sentiram traídos.
Não vi muita ligação com esse papo do Komintern e Stálin.Ninguém fez mais do que Mao pela memória de Stálin desde 56. Hoxhaísta nenhum começou nenhuma guerra popular --pelo contrário, serviram de base para a degeneraçaõ do pc do b e ainda hoje o pcr envolve-se em jogadas eleitoreiras.
Não perca seu tempo, Felipe!
Abs do Lúcio Jr.
Claro que o PT está sendo vítima do moralismo burguês que pregou quando estava na oposição. Entretanto, pelo que eu saiba, o Fora Collor, o Fora FHC que o PT promovia não chegava a 1/10 em termos de movimentação do que está sendo o Fora Dilma atualmente.
"Ninguém fez mais do que Mao pela memória de Stálin desde 56."
Essa frase é de rir pra não chorar, né Lúcio? É só dar uma lida um pouco mais atenta em algumas obras de Mao pra ver que ele divergia das posições de Lênin e Stálin em questões cruciais do marxismo-leninismo. É melhor você ler todo esse texto (que é grande) do link pra ver que Frentes Populares não são eleitoreiras e Guerras Populares podem ser aventureiras.
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