O discurso de Lula "contra o golpe" na Av. Paulista falando que em seu governo nunca os banqueiros ganharam tanto mostrou que ele continua o mesmo. Ele vem para trazer a paz social, a conciliação capital-trabalho.
Manobra à direita, manobra à esquerda, mas direito algum foi conquistado para os trabalhadores nesses anos e todos estão ameaçados.
O partido "dos trabalhadores" não avançou em obter mais direitos para os trabalhadores. E tem uma inflexão nada desprezível no sentido contrário. E outra: levantou uma séria desconfiança, entre as novas gerações, sobre se os trabalhadores podem realmente governar.
Lula é um liberal de um país que não teve algo como a revolução francesa. Nesse país, um liberal pode admirar, como ele admira, Hitler e Médici e abominar, como ele abomina, receber críticas.
Como bem observou Mario Vargas Lhosa, o lulismo é uma variante dos populismos sul-americanos.
Como a oposição o ataca e obtém avanços graças ao seu comunismo inexistente, ele ataca a oposição inventando um golpe inexistente.
O PT tem sido engolido pela própria legalidade que tanto cantou em verso em prosa. O impiximã caminha a passos largos na "Casa do Povo", nas instituições democráticas nas quais queriam fazer uma maioria para "chegar ao socialismo", supostamente inspirados em Gramsci. A oposição, usando a lei, aproveitou ao máximo as margens para manobras, as brechas na lei, etc. Fez, aliás, manobras ao estilo do que faz Lula. FHC também sempre foi um liberal que manobra ora à esquerda, ora à direita.
A tática do trololó do golpe foi testada já em 2005, quando do mensalão. Inspirado em Chávez (que enfrentou um golpe de verdade), deu muito certo como um cala boca na oposição. Dá para notar que basta espalhar um boatinho na web e os intelectuais aderem, fazem manifestos, fazendo papel de palhaços alegremente.
O destino do projeto pessoal de poder de Lula é apenas a espuminha. Daqui para a frente, com ou sem Lula, como ou sem Dilma, os direitos dos trabalhadores estão ameaçados.
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