segunda-feira, 25 de julho de 2016

Carta para Erik Haagensen:PCB X José Chasin

"Existe alguém que lê a asneirada que vc publica aqui, Espírito de Lúcio? acho que não, kkkk" 

Oi, Erik. Bom tê-lo aqui. Tem sim. Você não tem um blog "comunista"? Pois ao polemizar com você, uma pessoa do PCB, sabendo que me seria útil,  municiou-me com um blog dotado de um verdadeiro acepipe, um texto delicioso que diz muito de seu guru José Chasin. Lembra-se que, embora ele falasse tanto da ontologia do trabalho, ele sempre atrasava para as aulas ou faltava, fugindo do tripálio? Veja aqui e experimente esse doce deleite:


Sua abordagem das conjunturas políticas do país segue se desenvolvendo por meio da aplicação de suas teses básicas em momentos posteriores até que sofre uma inflexão radical, no ano de 1996, em um artigo sobre a campanha presidencial intitulado “Brasil: o poder do real” (CHASIN, 1996). De modo surpreendente, Chasin afirma a superioridade da visão de país e do tipo de política propostos pelo assim chamado “príncipe dos sociólogos” brasileiros. Fundamenta a sua opinião na tese de que as mudanças no capitalismo teriam superado os dilemas da via colonial e, portanto, que toda sua própria abordagem sobre as especificidades da economia e da política nacionais não mais ajudava a entender o Brasil contemporâneo. De um salto, o outrora incompletável capitalismo brasileiro completa-se e toda a chasiniana estratégia revolucionária, baseada na noção de revolução permanente, é abandonada, assim como passa a ser negado o protagonismo político das classes trabalhadoras. 


Olha aí em cima, tudo mundo sabe que José Chasin apoiou FHC! Tem cada quitute esse artigo. Veja o episódio em que Chasin quis criar uma linha de pesquisa sobre si mesmo e foi expulso da faculdade (hilário!):


No início dos anos 1970, Chasin despontava como um dos professores mais influentes da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, dividindo o espaço com outros jovens talentosos, como Gildo Marçal Brandão e Marcos Aurélio Nogueira. Obteve preeminência entre os estudantes criticando o marxismo vulgar, o stalinismo, a sociologia paulista, o maoismo e o irracionalismo da filosofia da nova esquerda europeia. Usou como bases de sua perspectiva os textos de Marx, G. Lukács e V. I. Lenin.  Tornou-se, assim, advogado de uma peculiar ortodoxia, centrada na afirmação dos fundamentos da filosofia ontológica proposta por Marx e no uso da lógica da particularidade no estudo do capitalismo nacional.

A postura de criticar todos os outros pontos de vista da esquerda de modo sistemático e radical, concomitante à busca de institucionalizar sua hegemonia por meio de uma proposta de pós-graduação centrada em suas convicções teóricas, uniu tacitamente seus adversários de esquerda e de direita, isolando-o politicamente, ao ponto de ser “legalmente” expulso da Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1976, sob a esdrúxula acusação de descumprir um decreto dos militares que proibia os professores de influenciarem o movimento estudantil.



Enfim, uma conclusão para você, Erik. O choro é livre:

Conclusão

Acreditamos ser possível afirmar que a tese chasiniana sobre uma concepção negativa de política em Marx não é sustentável. Há no pensador alemão uma concepção negativa de Estado, mas esta não se estenda para a política em geral, a qual é percebida como um complexo social positivo, inerente às dimensões universais do gênero humano. A política seria uma dimensão composta pela integração entre as formas superiores de autoconsciência humana, que são arte, a ciência e a filosofia, e a práxis coletiva, uma potencialização da liberdade humana por meio da síntese entre a mais alta consciência de si do próprio gênero e a ação mais coerente em direção ao desenvolvimento infinito do ser social.









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