Jenipapo, Canadá, Petkovic e a Copa do
Mundo em Bom Despacho
Essa
semana ocorreram os preparativos para a Mostra Cultural ou Feira Cultural da
Escola Wilson Lopes do Couto. A Feira aconteceu no sábado de manhã do dia
05/11/2022. O tema era a Copa do Mundo no Catar. Esse pequeno país é muito
famoso pelas imagens de riqueza, embora, para além de sua capital, Doha,
existam cidades-dormitório onde vivem trabalhadores estrangeiros da Índia e de
outros países vizinhos (assim ensinaram os alunos do nono ano, que estiveram na
sala junto da sala do Canadá). O gentílico dos habitantes do Catar é “catares”.
O Catar é uma pontinha da península arábica, mas devido ao petróleo é um dos
países mais ricos do mundo. A ideia, muito bem sucedida, era trazer a cultura
dos países participantes para a escola e para a comunidade. Muitos ex-alunos,
pais e comunidade em peso participaram.
A
turma 1001, que ficou responsável pelo Canadá, montou uma maquete com os
jogadores do time do Canadá e foram bem sinceros: o time não é lá essas coisas.
Os canadenses são bons em hóquei e lacrosse (ou seja, em esportes de inverno).
Trouxeram também inúmeras curiosidades do país: a temperatura mais fria já
registrada lá foi de quarenta e sete graus abaixo de zero, na cidade de Sang,
estado de Yukon. Outras curiosidades: festival de cinema de Toronto é o segundo
maior do mundo, o “Cabral” do Canadá, ou seja, o primeiro europeu a explorar o
território do que seria o Canadá foi Giovanni Caboto. Igualmente, eu participei de um jogo de perguntas e respostas
que é muito popular no Canadá, um jogo estilo “quizz”. Não consegui, no entanto, lembrar-me
quando esse país ficou independente, pensei na data de 1812. Na verdade, até
hoje há uma forte relação com a Inglaterra. O Canadá é muito descentralizado,
comemora-se o ano de 1867, mas em Quebec, Canadá francês, a data já é outra. O
Canadá partilha, ainda, a mesma rainha que a Inglaterra (!) e só teve uma
constituição em 1982.
Junto
ao Segundo Ano do Ensino Médio, eu quis muito experimentar o “fritule”, uma
espécie de bolinho de chuva da Croácia, mas os últimos eram apenas para
exposição. Que pena! Mas é reconfortante saber que podemos viajar para esse
pequeno país na Europa Central e encontrar algo tão gostoso e familiar. Eu sou
do tempo em que existia a Iugoslávia. Agora existe, como lembrança daquele país
que despedaçou-se em meio à guerra nos anos 90, tempo de minha juventude. Os
frutos dessa separação, que competem separadamente na Copa. A Sérvia nos deu o
Dejan Petkovic, ídolo do Flamengo, o “Pet” um famoso e muito querido jogador,
que curiosamente pautou também nosso debate político, partilhando com o Brasil
suas surpreendentes lembranças agradáveis de sua juventude em um país
socialista. Petkovic falou: “o país tinha investimento esportivo, a minha
cidade era pequena, quatorze mil habitantes, era cidade de mineração,
construída sob um antigo vulcão, tinha parques, o estádio era perto do
apartamento. Eu não tinha preocupações, no socialismo tinha abundância,
salários dignos, segurança total, eu ficava muito na rua, aprendi a jogar todos
os esportes, foi a melhor infância que poderia ter”.
Na
sala que tratava do México, consegui alguns pequenos churros, comida que
aprecio muito desde a infância. São pequenos pãezinhos recheados de doce. Pode
ser doce de leite ou doce de goiaba ou outros. Portugal também estava
representado e tinha notáveis broinhas, delícias que acabaram rapidamente,
antes que eu conseguisse prová-las.
Muito
interessantes foram as comidas típicas, que acabaram muito rapidamente em todas
as salas. Ao menos, eu consegui comer os doces de coco, goiaba e figo que são
típicos do Senegal, país da África Ocidental onde as pessoas comem muitas
frutas. A alimentação deles, comentou a aluna, é muito saudável. Eles apreciam
arroz com frango, frutas e doces. Uma das frutas que pouca gente conhece e que
ali é apreciada é o jenipapo. Os alunos conseguiram trazer um exemplar da
fruta. Lembra uma pequena pera, verde e redonda. Curiosamente, é originária da
América, mas foi levada para a África.
Foi
deliciosa essa minha saga gastronômica em torno do mundo e os alunos
participantes estão todos de parabéns! E, como disse o escritor russo Tolstói,
é através de nossa aldeia que conseguimos chegar ao mundo.
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