quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Jenipapo, Canadá, Petkovic e a Copa do Mundo em Bom Despacho

 

 

Jenipapo, Canadá, Petkovic e a Copa do Mundo em Bom Despacho

 

                       Essa semana ocorreram os preparativos para a Mostra Cultural ou Feira Cultural da Escola Wilson Lopes do Couto. A Feira aconteceu no sábado de manhã do dia 05/11/2022. O tema era a Copa do Mundo no Catar. Esse pequeno país é muito famoso pelas imagens de riqueza, embora, para além de sua capital, Doha, existam cidades-dormitório onde vivem trabalhadores estrangeiros da Índia e de outros países vizinhos (assim ensinaram os alunos do nono ano, que estiveram na sala junto da sala do Canadá). O gentílico dos habitantes do Catar é “catares”. O Catar é uma pontinha da península arábica, mas devido ao petróleo é um dos países mais ricos do mundo. A ideia, muito bem sucedida, era trazer a cultura dos países participantes para a escola e para a comunidade. Muitos ex-alunos, pais e comunidade em peso participaram.

                       A turma 1001, que ficou responsável pelo Canadá, montou uma maquete com os jogadores do time do Canadá e foram bem sinceros: o time não é lá essas coisas. Os canadenses são bons em hóquei e lacrosse (ou seja, em esportes de inverno). Trouxeram também inúmeras curiosidades do país: a temperatura mais fria já registrada lá foi de quarenta e sete graus abaixo de zero, na cidade de Sang, estado de Yukon. Outras curiosidades: festival de cinema de Toronto é o segundo maior do mundo, o “Cabral” do Canadá, ou seja, o primeiro europeu a explorar o território do que seria o Canadá foi Giovanni Caboto.       Igualmente, eu participei de um jogo de perguntas e respostas que é muito popular no Canadá, um jogo estilo “quizz”. Não consegui, no entanto, lembrar-me quando esse país ficou independente, pensei na data de 1812. Na verdade, até hoje há uma forte relação com a Inglaterra. O Canadá é muito descentralizado, comemora-se o ano de 1867, mas em Quebec, Canadá francês, a data já é outra. O Canadá partilha, ainda, a mesma rainha que a Inglaterra (!) e só teve uma constituição em 1982.

                       Junto ao Segundo Ano do Ensino Médio, eu quis muito experimentar o “fritule”, uma espécie de bolinho de chuva da Croácia, mas os últimos eram apenas para exposição. Que pena! Mas é reconfortante saber que podemos viajar para esse pequeno país na Europa Central e encontrar algo tão gostoso e familiar. Eu sou do tempo em que existia a Iugoslávia. Agora existe, como lembrança daquele país que despedaçou-se em meio à guerra nos anos 90, tempo de minha juventude. Os frutos dessa separação, que competem separadamente na Copa. A Sérvia nos deu o Dejan Petkovic, ídolo do Flamengo, o “Pet” um famoso e muito querido jogador, que curiosamente pautou também nosso debate político, partilhando com o Brasil suas surpreendentes lembranças agradáveis de sua juventude em um país socialista. Petkovic falou: “o país tinha investimento esportivo, a minha cidade era pequena, quatorze mil habitantes, era cidade de mineração, construída sob um antigo vulcão, tinha parques, o estádio era perto do apartamento. Eu não tinha preocupações, no socialismo tinha abundância, salários dignos, segurança total, eu ficava muito na rua, aprendi a jogar todos os esportes, foi a melhor infância que poderia ter”.

                       Na sala que tratava do México, consegui alguns pequenos churros, comida que aprecio muito desde a infância. São pequenos pãezinhos recheados de doce. Pode ser doce de leite ou doce de goiaba ou outros. Portugal também estava representado e tinha notáveis broinhas, delícias que acabaram rapidamente, antes que eu conseguisse prová-las.

                       Muito interessantes foram as comidas típicas, que acabaram muito rapidamente em todas as salas. Ao menos, eu consegui comer os doces de coco, goiaba e figo que são típicos do Senegal, país da África Ocidental onde as pessoas comem muitas frutas. A alimentação deles, comentou a aluna, é muito saudável. Eles apreciam arroz com frango, frutas e doces. Uma das frutas que pouca gente conhece e que ali é apreciada é o jenipapo. Os alunos conseguiram trazer um exemplar da fruta. Lembra uma pequena pera, verde e redonda. Curiosamente, é originária da América, mas foi levada para a África.

            Foi deliciosa essa minha saga gastronômica em torno do mundo e os alunos participantes estão todos de parabéns! E, como disse o escritor russo Tolstói, é através de nossa aldeia que conseguimos chegar ao mundo.

 

 

 

 

 

 

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