Vendo a entrevista do historiador Marco Antonio Villa ontem no Jô Soares a respeito da revolução de 32, observei pelo menos uma derrapada do apresentador.
Quando foi tratada a participação dos intelectuais, Jô perguntou, afoito, pela participação de Oswald de Andrade na revolução de 32. Villa logo corrigiu que quem apoiou a revolução liberal foi o Mário e não o Oswald; Mário também era politizado, ressaltou ele.
De fato, Oswald não somente esteve três meses fora de São Paulo, como disse Villa, como criticou a revolução de 32 no romance Marco Zero, parodiando-a.
Ele já tinha ido mais longe: em 1931, quando a faculdade de Direito do Largo do São Francisco era uma verdadeira cidadela do combate a Getúlio, Oswald ousou chamar os estudantes da faculdade (onde aliás ele estudou) de cancro (câncer) da cidade, assim como desfez de um dos manifestos que antecedeu 32 em um artigo cáustico. O resultado é que o pequeno jornal que ele fazia (bem próximo da faculdade de Direito) foi arrebentado pelos estudantes; Oswald e Pagu, então comunistas, foram presos. Ninguém foi punido.
Quando Villa foi entrevistado no dia 9 de julho mesmo, essa história saiu absolutamente paulistizada: a chegada de Vargas ao poder em 30 virou golpe. É difícil fundamentar historicamente o porquê de qualificar 30 de "golpe" e 32 de "revolução".
E o pior são os paulistas quererem recuperar essa revolução como democrática e cidadã mostrando o pai do general Figueiredo como referência de defensor da Constituição. Se Euclides Figueiredo e o filho presidente virarem referências democráticas, então esse processo de recuperação vai ser difícil mesmo, vai ser quase mágica. Uma tarefa para o Reinaldo Houdini Azevedo. A meu ver, só servem de referência para os demotucanos mesmo. Aliás, quando Villa diz que quer ver a revolução de 32 sem Vargas nem anti-Vargas, ele mostra uma visão de mundo, senão tucana, pelo menos compatível com a visão tucana, global, arquiconservadora, etc.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Poema lido ontem no Jô (lembrando de cabeça)
Amor não é aquilo
que você sente por dentro
e esconde.
Isso é vibrador.
Amor não é aquilo
que vem de cima
e cai sobre você.
Isso é passarinho fazendo cocô.
que você sente por dentro
e esconde.
Isso é vibrador.
Amor não é aquilo
que vem de cima
e cai sobre você.
Isso é passarinho fazendo cocô.
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