terça-feira, 11 de março de 2014

O Mundo Bizarro do Professor Bertone



   O professor Bertone Sousa resolveu, num momento em que o programa Mais Médicos, programa da mídia mais venal, resolve atacar Cuba e mostrar-nos o mundo por um prisma bizarro. Digo isso porque, embora Bertone tenha combatido Olavo de Carvalho apaixonadamente em uma polêmica recente, ele simplesmente resenha um livro da Editora Leya nessa postagem:

      


                                                  Super-homem bizarro



   Leya é a editora que publica livros equivocados tais como o Manual do Politicamente Incorreto do Pondé e também luminares que denunciam o mensalão e reescrevem a história de forma "politicamente incorreta" como Leandro Narloch, ou seja, por uma ótica de extrema-direita, darwinista social ou próxima ao fascismo. Na verdade, Bertone se estranhou com Olavo de Carvalho, mas ele lê Olavo e não o jornal O Vermelho, do PC do B, que para ele é radicalismo (e para mim não é nem comunista, eu vejo o PC do B como um partido integrado ao estado). De centro-direita, ele dialoga com mais proveito com a extrema-direita e não com a extrema-esquerda. Ele deve sonhar em ser publicado na nossa grande mídia. Ele já começa o texto invertendo os fatos:


 Quando a blogueira cubana Yoani Sanchez veio ao Brasil, além de ter sido esculachada por alguns militantes acéfalos, ainda foi severamente criticada por variados meios jornalísticos de esquerda que associavam suas atividades de crítica ao regime castrista à CIA e sua consequente venalidade. Nenhuma dessas pessoas e desses meios jornalísticos se deu conta de que na terra de Fidel eles não teriam a mesma liberdade de opinião e manifestação que possuem no Brasil, onde uma esquerda democrática está no poder sem nenhum projeto totalitário.

Sim, professor Bertone, Yoani sofreu protestos por parte de militantes da esquerda em geral, a não ser os do PSTU, que não protestaram porque se sentiram representados por ela. Durante sua vinda, o que se viu foi uma grande onda de apoio a ela na grande mídia. Ela foi entrevistada no Roda Viva da TV Cultura e cheguei a ver telejornais onde ela assumia posição de âncora, comentando as reformas de Raul Castro e dizendo que "são tentativas de um homem que sabe que está ficando para trás". Ninguém perguntou sobre sua formação, sua autorização para trabalhar como jornalista em empresas brasileiras, nem indagou sobre o fato de que ela é partidária, é uma ativista política. Ou seja: os nossos telejornais habitualmente comportam-se como um partido de extrema-direita, como um poder moderador que reprime e rebaixa as microreformas que o PT e o PMDB vão tentando implementar aos pouquinhos, sempre de forma negociada, lenta e gradual. Ele alega que em Cuba ninguém teria espaço para criticar. Ora, o que está fazendo Yoani, senão criticando acidamente o regime? Ela queria ter o mesmo espaço que tem na mídia ocidental também na mídia cubana? A seguir, o professor de história resolve ignorar e violentar a história:


Mas em nenhum lugar o comunismo chegou ao poder por uma revolução proletária, nem mesmo houve transferência de riquezas, mas apropriação delas pelo Estado, controlado por uma classe de burocratas que instituiu uma espécie de servidão coletiva contemporânea. O século 20 nos mostrou que as utopias não devem ser realizadas. O reino de liberdade que prometem, na prática, resulta no totalitarismo. Mas, por que o socialismo se transforma em seu oposto quando transformado em realidade social? Acontece que o socialismo não se transforma em seu oposto, apenas mostra aquilo que realmente é; isto é, a abolição das liberdades civis e da propriedade não pode se tornar outra coisa senão a emergência de um Estado regulador todo-poderoso, detentor, apenas ele, das únicas liberdades existentes e de toda a riqueza produzida em uma sociedade. Geoges Duby refletiu com muita clareza o que significa a tentativa de impor ou construir uma sociedade igualitária.


Primeiro, Bertone nega as inúmeras revoluções proletárias da história: Rússia, China, Coreia, Cuba. A seguir, nega que "houve transferência de riquezas". Para ele, "utopias não devem ser realizadas". Ele vai além de Trotsky e seu argumento da revolução ter degenerado. Ele simplesmente nega a revolução, como um reacionário pouco sofisticado, vulgar. De fato, ele tem razão ao sentir-se atraído e ao mesmo tempo sentir nojo de Olavo de Carvalho. A seguir, ele cita Georges Duby. Olhe a opinião com a qual Bertone concorda:


Considero, com efeito, que uma sociedade nivelada não dispõe de estímulos. Com muitíssima sorte, pode no máximo desfrutar de uma felicidade sem graça como a dos nambikwaras visitadas por Lévi-Strauss, uma felicidade sonolenta. Normalmente, ela mergulha no marasmo e no desespero, como demonstra uma experiência efetuada durante quarenta anos na Europa do Leste. E em todo caso, não tem mais uma história. Sou portanto decididamente elitista, desde que as elites, naturalmente, não se transformem em castas. A missão da universidade consiste precisamente em contribuir para evitar que isto aconteça, formando essas elites.

Note que uma sociedade igualitária ou é uma tribo de índios preguiçosos ou é  o "marasmo e o desespero" do Leste Europeu durante quarenta anos. E Bertone assume abertamente uma postura elitista; ele seria um professor universitário que abertamenta doutrina a favor do elitismo, formando elites que combatam o pensamento igualitário, ou seja, socialista. Nisso, Bertone tem feito muito bem o seu papel. A seguir, depois de associar-se a Popper, filósofo que teorizou na Guerra Fria a favor da sociedade liberal contra o comunismo, Bertone ainda faz observações tolas a respeito de Marx:


Marx as trouxe [as utopias] para o plano da realização histórica, da práxis social. Ele observou como os ideais da burguesia foram levadas à Europa através das guerras napoleônicas e imaginou como seria se o socialismo fosse levado ao mundo através de uma classe revolucionária, consciente de seu papel de vanguarda no cumprimento de leis da história. Marx teorizou o comunismo como numa conquista do proletariado, com a formação de um novo homem e o fim da pré-história humana.


Ora, foi Marx? E a própria experiência de Platão em Siracusa? E os socialistas utópicos e suas comunidades rurais? Pelo fragmento acima, Marx sonhava em ser uma espécie de Trotsky, um Napoleão proletário levando a revolução à Europa inteira através do exército vermelho. Depois de mais algumas considerações rasas, vai ao ponto: Cuba, a revolução proletária que não houve, segundo Bertone, mas que, por ironia da história, ainda "alguns de seus filhos ainda estão de pé", incomoda Bertone. Ele queria que Cuba estivesse de joelhos, a mesma posição dele. Pois é. Não está:


Ultimamente temos visto Cuba aparecer nos noticiários por causa do programa Mais Médicos do governo federal. O programa, cujas cláusulas contratuais são dúbias, expôs sua fragilidade quando uma médica o abandonou por causa dos baixíssimos valores que o governo cubano repassa a eles. Muitos ainda têm uma ideia muito equivocada acerca do que é a sociedade cubana sob o regime dos irmãos Castro. Ignoram o racionamento de comida, os salários abaixo de vinte reais mensais, as prisões políticas e as frequentes violações de direitos humanos. De modelo alternativo, Cuba se tornou aquilo que não queremos ser. Podemos defender seu sistema de saúde e educação confortavelmente de nossa sociedade democrática, mas sabemos que não gostaríamos de morar lá, não gostaríamos de ver nossa individualidade ser confiscada pelo Estado e nossos salários (por mais baixos que sejam) ser substituídos pelalibreta. O mito de que não há pobreza em Cuba não pode subsistir à obviedade de que todos são pobres em Cuba, exceto os altos dirigentes do partido e do governo. Mesmo as homeopáticas mudanças econômicas introduzidas por Raul Castro após assumir o poder, não podem ter impactos significativos sem a desmontagem da ditadura e do monopólio do Estado sobre a economia e a vida privada dos cidadãos.


Aqui, pode-se recolher de montão os erros: Fidel Castro não está no poder. Isso não é mencionado em momento algum por Bertone. Ninguém ignora nada disso que Bertone acha, em sua pretensão arrogante, estar nos revelando. Os telejornais e a grande mídia dizem isso todo dia. Para Bertone, só o fim do que resta de ditadura do proletariado e a diminuição do estado poderia ter um "impacto significativo". Ou seja: Bertone propõe, como receita para a pobreza cubana, a prosperidade de democracia liberal colonizada e o neoliberalismo.

Isso tudo na esteira da leitura do livro da Leya, de autoria de Humberto Fontova, um cubano de direita que assume como verdade qualquer mentira sobre o regime cubano e a ratifica em seu livro "Fidel, o Tirano mais Amado do Mundo". Bertone é suficientemente inteligente para saber que está nos repassando um lixo:


O livro de Fontova não chega a ser uma pesquisa histórica acadêmica como convencionalmente a compreendemos, mas um verdadeiro libelo anti-castrista. Contudo, é uma obra escrita por alguém que tem um conhecimento apurado do que diz e pertencente a uma família com ascendentes do partido comunista.

Olhe o descaramento onde chega o floreio retórico: não é acadêmico, é panfleto, busca doutrinar, mas tem "conhecimento apurado". Um dos motivos para esse conhecimento não é nem ter sido comunista, como alguns alegavam antigamente, agora é "ter ascendentes no partido comunista". Como num concurso de cartas marcadas para professor de História num departamento, para Bertone, ao falar sobre Cuba, o bom  é ter costas quentes, é ter alguém seu dentro do sistema.

Bertone valida qualquer lixo, desde que seja anticomunista, para poder formar as tais elites antissocialistas que idealiza Duby. Fontova chega até a desejar que a invasão yankee tivesse dado certo:

Lamenta, por exemplo, o fato de a invasão à Baía dos Porcos não ter dado certo, em consequência, segundo ele, de o governo americano ter abandonado os invasores à própria sorte.

Ah, claro, Bertone, o governo norte-americano deveria ter invadido Cuba ou bombardeado a ilha com napalm. Seria muito sensato! Seria de uma sensatez bertônica. Ora, ora, Bertone! O lixo que você resenha não nos poupa nem dos hoax, das citações falsas, muito usadas por Olavo e a extrema-direita:


 Fontova traça um Guevara muito distante do que vemos no cinema e nas propagandas de esquerda. “Isto é uma revolução. E um revolucionário precisa se tornar uma máquina assassina brutal, motivada por puro ódio”; “não tenho casa, mulher, pais, filhos ou irmãos. Meus amigos são amigos somente enquanto pensam politicamente como eu”, teria dito o guerrilheiro argentino. Mostra um Guevara admirador de Stálin, um Fidel que buscou inspiração em Hitler (“Minha Luta” era seu livro preferido na faculdade), que decretou feriado nacional quando o ditador fascista Francisco Franco morreu – Fidel o admirava por seu antiamericanismo.  Fidel também levou Rámon Mercader, assassino de Trótsky, para Cuba após ter cumprido 20 anos de prisão no México. Em Cuba, Mercader se tornou inspetor geral de prisões, função na qual comandou cerca de 15 mil fuzilamentos e 50 mil prisões em gulags.

  Che, que eu saiba, disse o contrário: o revolucionário tem que ser movido por grandes sentimentos de amor. Bom, Bertone, Fontova talvez seja um anticomunista que conte bem dinheiro, ao contrário de você, ainda um aprendiz. Mas ele alinhava frases falsas de Che, assim como busca associar Fidel a Franco e Hitler para denegrir sua imagem. Afinal, são todos ditadores e não cabe a um professor de História de uma bestial província dissociar nada. Afinal, está em causa a tarefa de doutrinar e panfletar para as elites vegetais. Mas vamos lá. Até Jacson Monard, até então colaborador de Trotsky e que supostamente matou-o depois de que Trotsky não permitiu seu casamento com Silvia Orthof, sugerindo-lhe fazer sabotagens e atentados na União Soviética, ganha um papel, por associação, de agente stalinista em "gulags" cubanos. Mas Bertone vai além em seu nojento panfletarismo, panfletarismo que ele tanto repudia nos outros, nos militantes . Ele chega a validar um livro que absolve o sórdido ditador Batista:


Ressalta que, em 1957, Cuba tinha mais professores e médicos, proporcionalmente, do que os Estados Unidos, possuía a menor taxa de mortalidade infantil da América Latina, estando à frente inclusive de países como Alemanha Ocidental, Japão, Israel e Áustria, taxa de alfabetização de 80% (a maior da América Latina também). O país possuía uma classe média que abarcava mais de um terço da população. Segundo o autor, apesar de Fulgêncio Batista ser um ditador em 1959, não regulava os currículos escolares, a vida privada ou proibia as pessoas de viajarem. Não nega os altos índices de corrupção existentes no governo de Batista e o uso da força (segundo ele, esporádica) usada contra dissidentes. Para Fontova, há uma segregação racial silenciosa em Cuba pouco divulgada na imprensa ocidental. Cem por cento de sua elite governamental é branca e oitenta por cento de sua população carcerária é negra. Para ele, Batista era mais um político do que um militar, evitava a imagem de caudilho e queria aproximar Cuba dos Estados Unidos no sentido de torná-la mais competitiva comercialmente e democrática e lembra o quanto um regime totalitário pode ser incomparavelmente pior do que ditaduras militares.

Veja só o Olavete se revelando: regime totalitário (socialista) é pior do que ditaduras militares (várias!) As ditaduras militares, ao contrário dos socialismos impertinentes, "não perturbam o ritmo habitual de trabalho e lazer, as moradias habituais nem os padrões habituais de relações familiares e pessoais" [...].

Sim, Bertone, ditaduras não perturbam. Os guerrilheiros do Araguaia, o deputado Rubens Paiva, Vladimir Herzog...Militam em paz. Na paz dos cemitérios. É muito engraçada a virada de Bertone em busca do que chamaríamos "nuances da elite". Olhem as sutilezas do maroto:

Yoani Sanchez veio nos despertar desse sono dogmático; ao invés disso, muitos não gostaram do fato de ela não trazer boas notícias do paraíso e não cansaram de vasculhar sua vida para encontrar relações com a CIA e um estilo de vida “burguês”. O antiamericanismo que ainda perpassa variados agentes da esquerda latino-americana e que teve em Hugo Chávez o caudilho desmiolado de uma esquerda capenga, é não apenas um sentimento tolo, como produz um embotamento mental análogo à crença de jornalistas da Veja no comunismo petista. Esse antiamericanismo (que alguém já chamou de ideologia oficial dos órfãos do comunismo) é um sentimento que tenta manter de pé o quixotesco romantismo por uma revolução que parou no tempo (exceto para seus dirigentes) e ficou atolada nas poças de sangue dos fuzilamentos e prisões arbitrárias.

Pós-escrito: Antes que alguém venha apressadamente “denunciar” as relações diplomáticas que o governo brasileiro mantém com Cuba, é preciso dizer também apressadamente que essa visão é um erro. De alguma forma, virtualmente todos os países violam o que compreendemos por direitos humanos. Devemos manter relações diplomáticas com Cuba como mantemos com os Estados Unidos, Irã e Israel, por exemplo. Nesse sentido, o auxílio do governo brasileiro à construção do Porto de Mariel em Cuba é uma decisão importante, especialmente porque marcará mais efetivamente a presença econômica do Brasil na região. Cuba está num processo de transição econômica, lento mas que começa a esboçar traços mais claros. Então do ponto de vista econômico e geopolítico, o Brasil tem muito a ganhar. Por outro lado, o mesmo não pode ser dito do programa “Mais Médicos”. O Programa apenas reforça o estado de semi-escravidão que caracteriza as relações trabalhistas em Cuba; a existência de desistentes evidencia o descontentamento dessa população oprimida que o Brasil, infelizmente, ajuda a reforçar. O mesmo não pode ser dito em relação à construção do Porto.

Yoani Sánchez, embora escreva somente postagens de blog e só exista com seu grupo (ela age em grupo, formado pelo marido jornalista, inclusive) é um Kant de saias que veio nos despertar do antiamericanismo capenga dos Chávez da vida, que mesmo morto assombra as elites estúpidas a quem Bertone faz preleções furibundas e falsas e tece libelos anticastristas. Ela nos trouxe a luz, em meio a linques da revista Veja e de participações dos jornalistas Reinaldo Azevedo e Sandro Vaia em seu blog, ainda que com niqueneimes e, quem sabe, de muito da imprensa brasileira em sua militância louca e luminosa para nos despertar do sono socialista tupiniquim ou chavista, para horror de nossa militância acéfala. O Brasil tem muito a ganhar: pero, médico para pobre, não pode. Porto para empresa Odebrecht, pode: são negócios. Ah, as doces sutilezas de nossas elites!!!











       
   





5 comentários:

Anônimo disse...

Meu Deus!
Sou professor de História muito atuante.Vejo a história burra que o Brasil ensina a seus professores mas pensei que as pessoas não caíam mais nessa! O Bertone é um idiota mas quem escreveu isso é dez veses mais. Como pode? Será que ele tem filhos? O que quer para eles? Trabalho ,estudo, desenvolvimento e diversão nisso tudo? Ou quer como filho alguém que acorda meio dia pra fazer a revolução? Vai querer criar uma sininho e fazer treinamento em Cuba? Por causa dessa visão marxista idiota perdes um tempão só pra atacar outro idiota como o Bertone pra quê? Essa militância idiota não deixa países da América Latina irem pra frente. Estão sempre na "luta"contra quem realmente trabalha nesse país,mas entendo. Durante meu curso agente estudava o herói Karl Marx e outras porcarias como a guerrilha do Capitão Marcos. Quanto tempo perdido e quanta ideologia é enfiada na cabeça dos pobres alunos dos cursos de História! Pelo bem de todos nós, que isso comece a mudar.

Revistacidadesol disse...

E os argumentos???? Argumente contra o artigo.

Revistacidadesol disse...

Vc nem é homem de assinar um comentário, imagine ser um professor atuante. Vc é um tapado, um burro, isso sim, uma vergonha para a classe.

Anônimo disse...

"Os militantes são tão idiotas que fazem ataques entre si e quando querem ofender-se, chamam um ao outro de direitista"(eu). O meu post acima descreve muito bem o que acontece nos meios intelectuais que têm Karl Marx como herói. Perguntou sobre argumentos? Muito, muito do que eu disse já é um argumento contra seu texto, mas só pra quem desenvolveu inteligência histórica com senso de realidade apurado, sem ideologias. Fazer como você? Um texto desse? Poderíamos ficar décadas argumentando e contra argumentando. E é justamente daí que vem o pão(no caso do pobre) e o caviar(no caso do rico) do sustento da mentalidade revolucionária. Nós temos mais o que fazer na vida. Me chamou de vergonha da classe? Meus alunos, além de gostarem muito do que eu ensino na escola pública, tendem a superar a preguiça e valorizar o ser humano e o empreendedorismo (capitalismo mau rssss) do ser humano ao invés de pregar a revolta. Uma coisinha básica é entender que os avanços sociais não vêm exatamente do esquerda frouxa que pega carona neles. Quando Karl Marx morreu, suas ideias já estavam ultrapassadas, justamente porque avanços sociais já haviam ocorrido sem suas ideias. Esse tipo de coisa que Marx criou gera uma espécie de sustento da patologia revolucionária que alguns seres humanos, por azar, possuem. Assim encerro meus comentários na esperança que, por você mesmo, tenha a humildade pra voltar atrás na linha marxista e que possa ensinar coisas boas pros seus alunos. Pois não é porque somos professores de História que temos que ser necessariamente revolucionários, marxistas, leninistas, anticapitalistas ou outras coisas mais. Estarei aqui torcendo por você, seus leitores, seus alunos etc.
Ps: Professores atuantes devem tomar muito cuidado em assinar comentários na internet, justamente por ataques que ele e seus alunos possam sofrer pois existe uma militância sem escrúpulos que, pra defender sua ideologia é capaz de tudo! Contudo deixo registrado aqui que isso não tem a menor importância, pois eu também nem sei quem é você, só quis ajudar quando me deparei com o texto. Abraço e desculpas pelas eventuais ofensas, também já fui de esquerda.

Revistacidadesol disse...

Guzmán, quando desencadeava a guerra popular no Peru, escreveu uma passagem que ilustra bem o que eu gostaria de responder para vc. Ele cita Mariátegui:


"Vivimos en un período de plena beligerancia ideológica. Los hombres que representan una fuerza de renovación no pueden concertarse ni confundirse, ni aún eventual o fortuitamente, con los que representan una fuerza de conservación o de regresión. Los separa un abismo histórico. Hablan un lenguaje diverso y no tienen una intuición común de la historia".