domingo, 3 de janeiro de 2010

Blognovela Penetrália: entrevista



Blognovela Penetrália: Entrevista (Imaginária) de Gerald Thomas com Oswald Thomas

(O Vampiro Brasileiro liga a televisão e os mesmos personagens acima param para ver o programa de entrevistas de Oswald Thomas na Rede Esgoto).

Oswald: Hello, Gerald.

Gerald: Hello, Oswald. Já estou arrependido de ter aceitado essa entrevista.

Oswald: E aí, você parou com o teatro? Parou por que?

Gerald: O teatro não significa nada. Não quero nem ouvir falar. Estou para lançar um livro, um filme, estou sempre descobrindo talentos e escrevendo prefácio para escritores tais como Walter Greulach, Denny Yang...

Oswald (sobrepondo sua voz com a de Gerald): O teatro é importante, sim. Sabe, quando eu fiz meu Hamlet pútrido num navio...

Gerald: quer trocar de lugar comigo? Quer que eu te entreviste? Você tem de parar de imitar o Jô, copiar a Marília Gabriela e encontrar sua assinatura própria.

Oswald: No, no. Então poderia só responder yes ou no?

Gerald: No. Você é um autor de uma peça só, hypocrit! E plagiada. E plagiada de mim! Agora você continua plagiando minha aparência, me imitando aqui na TV!

Oswald: Oh, stupid! Como assim? Foi absolutamente original quando fiz A Tempestade na Alemanha nazista!

Gerald: Falta cultura a essa falta de cultura. Antes, eu fiz A Tempestade num aeroporto.

Oswald (tentando retomar o controle da entrevista): E suas polêmicas recentes? Você já viu o filme Lula, o Filho do Brasil?

Gerald: De jeito nenhum. Eu vomitaria nos primeiros quinze minutos! Vomitaria de xenofobia e stalinismo! Não aceito culto de personalidade, isso leva ao fascismo e eu sou uma pessoa que perdeu toda a família num campo de concentração.

Oswald: Nem aceita que cultuem sua obra e sua pessoa?

Gerald: Esse Gerald que eles cultuam está morto. E minha obra é intocável, cara!

Oswald (irritado): Você vota Dilma ou Serra? Você é um sabotador do Brasil?

Gerald: Não entendo nada da política brasileira. I´m still still. Dilma ou Serra, o Brasil vai continuar sendo o País da Merda de que falavam Estragon e Vladimir em Godot...

Oswald: Você já montou Beckett ou algum dos outros diretores do teatro do absurdo, Ionesco, Arrabal, Adamov?

Gerald: Esse Beckett absurdo é um absurdo. Nunca existiu. Como seu teatro, Oswald. Ionesco, Adamov, sim, são absurdos. Tão absurdos que nem me interessam. Enrabal? Quem é esse, um matemático?

Oswald: Defina em poucas palavras Woody Allen e Gabriel Vilela.

Gerald: Woody: tudo! Gabriel: nada!

Oswald: Você viu Som e Fúria, a série da qual eu participei?

Gerald: Lá em New York não tem Rede Esgoto. God Damm! Deus me livre!

Oswald (entre dentes): Mas você está aqui na Rede Esgoto agora. Olha, olha, me responde só uma pergunta...

(De repente,o Vampiro Brasileiro apaga a televisão, nervoso):

Vampiro Brasileiro: Não sei como ele continua se envolvendo com essa gente esquisita!

6 comentários:

Penetralia disse...

Oi, Carla. Que bom que gostou! Acho que o Gerald sofreu como a gente sofre no colégio mesmo, com o agora chamado bullying, muito comum nas escolas americanas tb, onde tb está na moda crianças entrarem e matarem com armas (vide Tiros em Columbine).

O Gerald sofreu no Brasil por ser de família estrangeira, foi um trauma de infância que ele chama de xenofobia, pelo que pude entender. Ele deveria falar mais sobre isso. Existe um livro onde uma filha de ingleses fala sobre isso, chama-se Minha Vida de Menina. Na época as crianças de Diamantina diziam que o pai dela, um inglês, ao morrer não seria enterrado (os cemitérios católicos não aceitavam protestantes, o livro é do século retrasado).
Já foi feito um filme. Quem sabe Gerald, numa fase mais light, não monta a peça Minha Vida de Menina, de Helena Morley?

Eu estava folheando o Larry Rohter comentar sobre isso: os brasileiros são implacáveis críticos de sua sociedade e são tão orgulhosos dela até o ponto de serem cansativos. O que realmente é pouco tolerado é alguém, digamos, de fora -- como Rohter e Gerald -- falando mal do Brasil.

Abs do Lúcio Jr.

GERARDWALT disse...

Gracias por acercarnos esta entrevista a Gerald Thomas.
Una vez mas desnuda sus sentimientos, sus estados de animo, a traves de la cruda(y a veces hiriente) sinceridad a la que nos tiene acostumbrados.
Les guste o no, asi es Thomas. Amarlo o odiarlo es una linea que fildeamos constantemente.
Una persona cansada de halagos babosos e insensatos y de criticas terriblementes destructivas.
Alguien que busca replantear su existencia y a quien debemos respetar.

En un articulo que publiqué tiempo atras,luego de varias charlas, en nuestro primer encuentro en Miami, lo describia:
"El tipo, sin lugar a dudas, se habia ganado un lugar en el panteón, junto a los grandes innovadores del teatro Brasilero de esta época. Parecía ser una de esas personas que se juegan el todo defendiendo sus convicciones. Alabado y denostado por igual. Cielo e infierno. Dios y el Diablo en un cocktail explosivo."
http://waltergreulach.blogspot.com/2009/03/el-ocaso-en-que-descubri-un-tal-gerald.html

Chau Lucio querido, un abrzo, nos vemos...W.G.G

Gerald Thomas disse...

I hope you're having fun.

I'm not

Love to you all

from london

LOVE
G

Penetralia disse...

Oi, Carla, Walter, Gerald.

A entrevista é imaginária, Oswald era uma paródia de Gerald na minissérie Som e Fúria, mas o Gerald bem que poderia adotá-la.

Marilia Gabriela teve senso de humor ao ser entrevistada por uma paródia de si mesma. A paródia afetiva, como nessa entrevista, é homenagem.

Take it as a honour.

Abs do Lúcio Jr.

ezyr disse...

feliz ANO NOVO, lúcio JR. nossa!!! VOCê me fez rir ATÉ com esta BLOG-NOVELINHA.OS ENCAIXES DAS FALAS "REAIS" TÍPICAS do JEITO DO Sr. GERALD THOMAS falar ESTÃO ´PERFEITOS. Tipo: "deus ME LIVRE!". Ezyr

Penetralia disse...

Acabo de ler uma fofoca tão estranha no twitter, dizendo que Gerald deveria processar Som e Fúria porque a série dizia que ele cagava em Beth Coelho...Essa eu não vi lá na série!