sexta-feira, 30 de maio de 2008

Dicionário da MPB (por Glauber Rocha)

Caetano Veloso – UDIGRUDE

Êle apareceu em 1961 na Bahia
Cantando no Teatro dos Novos, dirigido
João Augusto. No Rio, circulando com Gil, Roge-
rio Duarte, Torquato, Capinam foi aparecendo
nos meios ------------------------ artísticos e intele-
tuais e Gustavo Dahl o chamou de novo Hamlet –
o menino era magro, bonito, doce,inteligente, irônico, crítico, mulato, gente fina.

No Festival da Canção em 1966 Caetano estourou
com Alegria, Alegria. Era o godardiano da canção
contestatória brasileira. MacLuham internaciona-
lizou Caetano.Guilhermarau-jo lhe vestiu roupas sofisticadas ainda caretas logo ripizadas: cabeludo, calças coloridas colantes ou frouxas, camisas extravagantes, guitarras elétricas, cobertura teórica concretista e cinemano-
vista. Caetano Veloso revolucionou a poesia, a
música e o canto nacionais.

Virou mito da classe media progressista
da burguesia liberal e noticiado ao povo.
Rompendo o comercialismo da
musica popular brasileira Caetano mesmo cantando
em inglez libertou a letra musical
de sua in consciência crítica formalista: recompôs, retocou, recantou yeyê, blue, tango, sambão, de roda, valsa, capoeira,
candomblé, eletrônica, etc...

Assumiu com naturalidade a imagem
Do ripi que não se droga.

A flecha rompeu o permitido: em 1968
Caetano foi preso e solto em Londres. Passou
quase dois anos para gravar um disco. Voltou
ao Brasil, cantou na Globo, deu entrevista in
“Pasquim”, retorno a Londres / Brasil, show no
Municipal, novos discos, retração temporária.
Em 1968 Caetano deu um basta histérico e
firme no Festival da Canção que revelou
sua coragem.

Recusou, embora transando na sombra, ser o
Papa do Udigrudi musical ------- teatral
literário cinematográfico, nunca se comprometeu
teoricamente;

Caetano compôs, tocou e cantou por cima da carne seca
Azulão.

Caetano Veloso (cont.):

Ouço em Paris na ------------------ 6ª feira
santa de 1975 o disco “Araça Azul”.

Na face 1 MPB ano zero. [Da] [cuja] tropicália
germina o caos de novos sons.
Na face 2 ------------------ a Historia continua

Concreto – essencial – abstrato – teórico – pratico.
Retorno às fontes – montagem dialética e histórica de sons baianos.

O poeta livre quer do outro lado das
comédias costumbristas que tentam [esgana-lo]

É um clássico da vanguarda

Chico Buarque

Apareceu em 1965 com o retorno da banda,
filho do grande historiador Sergio Buarque de Hollanda,
a nata paulistana.

É bonito, simpático, doce, moreno, bom poeta, violonista, cantor.

Bebe.

É filho de Noel Rosa com a Bossa Nova.
Paulista sambista? Este é o forte carioca
de Chico que não se aventura por
caminhos desconhecidos, construindo o novo
samba dele mesmo avançando sinais.

É o símbolo popular da inteligência independente brasileira.

Teatrólogo, novelista, formal - Chico
Buarque não se vestiu de ripi mas
comeu o rótulo careta que os udigrudistas

lhe colaram a
partir dos acontecimentos 68. Foi o antiudigrudi
até que assumiu uma personalidade política
Botamos todos fracassos nas paradas de
sucesso.

Sinal fechado

Outro clássico da vanguarda, o ante Caetano.

Gal Costa

Araçazul é sonho segredo. Cantar é
arte difícil no Brasil embora todo
povo seja capaz.

Com Fé vi Deus num vou morrê tão cedo.

Gal Costa da Judia Mulata.

Maria Bethânia

Irmã de Caetano, tem nariz volteado e o
Urro da natureza

É forte bela brava filha das tempestades
purificadoras.

Nara

Sabiá. Movimentação ideológica musical.
Intelectual.

Doce Nara Leão.

Gilberto Gil

Negro Outro Em Dêle Caetano. Inteligente
culto bonito magro forte desaforado em
qualquer posição contraditória.

Expert musica letra canto.

Vale pra ele o dito sôbre Caetano.

Jorge Bem

Variação carioca entre bossa nova jazz samba
de morro e tropical.
Jardim afro-barroco.

Antonio Carlos Jobim

Herdeiro das [brandias] líricas de Villa Lobos
Pai de Todos, Salve o Tom.

João Gilberto

O cantor nacional intelectual por
excelencia, Pai de Todos. Salve o Dom

Vinícius de Moraes

O melhor poeta pos drummoniano ao
lado de João Cabral de Mello Neto.

Pai de todos, salve o Velho, Saravá!

Geraldo Vandré

Disparada
Rancho das Flores
Porque fôste na vida

Paulinho da Viola

Canto de corda senso de principe — belo
desafinar
(continua)

Sergio Ricardo

----------------- Grande
Cantor! Grande
Músico! --------------
------------- Cineasta!

Edu Lobo

Filho de Tom. Denso. Lírico. Clássico.

Milton Nascimento

Entre a barbarie e a civilização

( continua na próxima Semana Santa )




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