LUZES
Apagados em luzes desdizemos os caminhos
percorridos: escondemos as verdades e rimos
da obviedade do medo. Estremecemos ódios
e jogamos no lixo a história. Apegados às luzes
duradouras das estrelas, permanecemos
em sombras e apertamos contra o peito
o tesouro: metal sonante e a lembrança
da carta recebida
a vida em derradeiros avisos. Afogados
em luzes contraímos dívidas necessárias
aos acordos. Acordamos cedo e no trabalho
de voltar para casa ressonamos.
Apaixonados em luzes
descobrimos a dor
e o extremo.
(Pedro Du Bois, inédito)
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