domingo, 18 de maio de 2008

Poema

LUZES

Apagados em luzes desdizemos os caminhos

percorridos: escondemos as verdades e rimos

da obviedade do medo. Estremecemos ódios

e jogamos no lixo a história. Apegados às luzes

duradouras das estrelas, permanecemos

em sombras e apertamos contra o peito

o tesouro: metal sonante e a lembrança

da carta recebida em resposta. Apostamos

a vida em derradeiros avisos. Afogados

em luzes contraímos dívidas necessárias

aos acordos. Acordamos cedo e no trabalho

de voltar para casa ressonamos.

Apaixonados em luzes

descobrimos a dor

e o extremo.

(Pedro Du Bois, inédito)

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