sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A Força Política da Mulher

 

A forçapolítica da mulherbom-despachense

Lúcio Emílio do Espírito Santo

 

            A história universal mostra que a participação da mulher na atividade política jamais foi inexpressiva, apesar de não ser predominante, por uma série de motivos, entre eles a tríplice função de mãe, educadora e provedora do lar, mesmo no sentido econômico. Com a transformação da mentalidade masculina contemporânea – o homem também tem que gerir o lar, cozinhando, lavando louças, trocando fraldas, passando roupa, compartilhando as tarefas e responsabilidades domésticas – ainda perdura a ideia de que isso cabe à mulher. A consequência é que ela não consegue escapar da tripla ou quádrupla jornada. Exercer funções, sobretudo na vida política, torna-se um desafio, que a mulher nunca deixou de encarar e vencer. Refulgem na história figuras como Cleópatra, rainha do Egito,Wu Zetian, que governou a China, Ana Bolena, governou a Inglaterra, Catarina, a Grande, governou a Rússia, Margareth Thatcher, a cognominada “Dama de Ferro”, a senadora Hillary Clinton, a princesa Isabel e Dilma Rousseff, do Brasil, e tantas outras mulheres que tiveram influência, poder e glória.

            Os cargos de prefeito e presidente da Câmara e seus respectivos substitutos eventuais são os mais proeminentes no município, seguindo-se depois as secretarias e vereanças. A prova de fogo de qualquer político é o exercício do poder executivo. Todos os problemas passados, presentes e futuros recaem sobre a sua mesa. O prefeito detêm a maior fatia do poder de polícia municipal. Uma das tarefas mais ingratas é a aplicação da lei, a repressão a ilícitos, a manutenção da ordem administrativa na cidade. O político que se sai bem no desempenho do cargo de prefeito, na maioria dos casos, está apto a galgar posições mais altas em outras esferas. A presidência da Câmara é também cargo de muito destaque e naturalmente é entregue a quem tem grande capacidade de conciliar interesses contraditórios, conduzir imparcialmente o processo legislativo, com vistas ao bem-estar da cidade. A Câmara é uma caixa de ressonância dos clamores, dos sofrimentos e ideais do cidadão.

            Sem a pretensão de criar mais uma teoria política, estou convicto de duas realidades: a reconhecida força e a inquestionável competência da mulher bom-despachense estão levando a comunidade a delegar-lhe cargos de extrema relevância e responsabilidade; essa delegação é um claro sinal da nossa maturidade política, sem lugar para preconceito e discriminação. No último pleito, saiu vitoriosa a chapa Dr Bertolino e Juliana Jaber Queiroz, para prefeito e vice-prefeito, obtendo 10.389 votos, o que corresponde a 39,99% do eleitorado. Juliana Jaber se tornou conhecida entre nós pelo seu altruísmo e solidariedade para com as pessoas acometidas de câncer. Para ajudar essas pessoas, criou a associação “Metástase do Amor”, cuja missão é “garantir melhor qualidade de vida às pessoas portadoras de câncer, como também auxiliar seus familiares no enfrentamento da doença”. Essa iniciativa da Juliana é muito típica da mulher, que sempre se mostra sensível à dor do outro. Encabeçando uma outra chapa, tivemos a candidatura da fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, ex-presidente da Câmara Municipal, Joice Quirino, para o cargo de prefeito, e do Dr. Luiz da Santa Casa, para vice. A chapa obteve 9.755 votos, totalizando 37,99% dos votos.

            Em 2020, 84 homens e 39 mulheres postularam o cargo de vereador, dos quais foram eleitas três mulheres. A votação total das candidatas foi de 3.802. A Câmara, em 2021, será presidida por Maria Klésia (Keké), que também já foi vereadora, em outra legislatura.

            Nossa breve análise se refere somente às últimas eleições e é um convite a que tomemos conhecimento dessa força crescente e prestemos o nosso apoio e incentivo a que não haja retrocessos nesse campo. No Dia Internacional da Mulher é necessário que nos associemos a essa luta, convictos de que a participação da mulher em todos os setores da vida social, principalmente a política, só fará o mundo mais solidário e mais humano.

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