A
forçapolítica da mulherbom-despachense
Lúcio
Emílio do Espírito Santo
A história universal mostra que a participação da mulher
na atividade política jamais foi inexpressiva, apesar de não ser predominante,
por uma série de motivos, entre eles a tríplice função de mãe, educadora e
provedora do lar, mesmo no sentido econômico. Com a transformação da
mentalidade masculina contemporânea – o homem também tem que gerir o lar,
cozinhando, lavando louças, trocando fraldas, passando roupa, compartilhando as
tarefas e responsabilidades domésticas – ainda perdura a ideia de que isso cabe
à mulher. A consequência é que ela não consegue escapar da tripla ou quádrupla
jornada. Exercer funções, sobretudo na vida política, torna-se um desafio, que
a mulher nunca deixou de encarar e vencer. Refulgem na história figuras como
Cleópatra, rainha do Egito,Wu Zetian, que governou a China, Ana Bolena,
governou a Inglaterra, Catarina, a Grande, governou a Rússia, Margareth Thatcher,
a cognominada “Dama de Ferro”, a senadora Hillary Clinton, a princesa Isabel e Dilma
Rousseff, do Brasil, e tantas outras mulheres que tiveram influência, poder e
glória.
Os cargos de prefeito e presidente da Câmara e seus
respectivos substitutos eventuais são os mais proeminentes no município,
seguindo-se depois as secretarias e vereanças. A prova de fogo de qualquer
político é o exercício do poder executivo. Todos os problemas passados,
presentes e futuros recaem sobre a sua mesa. O prefeito detêm a maior fatia do
poder de polícia municipal. Uma das tarefas mais ingratas é a aplicação da lei,
a repressão a ilícitos, a manutenção da ordem administrativa na cidade. O
político que se sai bem no desempenho do cargo de prefeito, na maioria dos
casos, está apto a galgar posições mais altas em outras esferas. A presidência
da Câmara é também cargo de muito destaque e naturalmente é entregue a quem tem
grande capacidade de conciliar interesses contraditórios, conduzir
imparcialmente o processo legislativo, com vistas ao bem-estar da cidade. A
Câmara é uma caixa de ressonância dos clamores, dos sofrimentos e ideais do
cidadão.
Sem a pretensão de criar mais uma teoria política, estou
convicto de duas realidades: a reconhecida força e a inquestionável competência
da mulher bom-despachense estão levando a comunidade a delegar-lhe cargos de
extrema relevância e responsabilidade; essa delegação é um claro sinal da nossa
maturidade política, sem lugar para preconceito e discriminação. No último
pleito, saiu vitoriosa a chapa Dr Bertolino e Juliana Jaber Queiroz, para
prefeito e vice-prefeito, obtendo 10.389 votos, o que corresponde a 39,99% do
eleitorado. Juliana Jaber se tornou conhecida entre nós pelo seu altruísmo e
solidariedade para com as pessoas acometidas de câncer. Para ajudar essas
pessoas, criou a associação “Metástase do Amor”, cuja missão é “garantir melhor
qualidade de vida às pessoas portadoras de câncer, como também auxiliar seus
familiares no enfrentamento da doença”. Essa iniciativa da Juliana é muito
típica da mulher, que sempre se mostra sensível à dor do outro. Encabeçando uma
outra chapa, tivemos a candidatura da fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, ex-presidente
da Câmara Municipal, Joice Quirino, para o cargo de prefeito, e do Dr. Luiz da
Santa Casa, para vice. A chapa obteve 9.755 votos, totalizando 37,99% dos
votos.
Em 2020, 84 homens e 39 mulheres postularam o cargo de
vereador, dos quais foram eleitas três mulheres. A votação total das candidatas
foi de 3.802. A Câmara, em 2021, será presidida por Maria Klésia (Keké), que
também já foi vereadora, em outra legislatura.
Nossa breve análise se refere somente às últimas eleições
e é um convite a que tomemos conhecimento dessa força crescente e prestemos o
nosso apoio e incentivo a que não haja retrocessos nesse campo. No Dia
Internacional da Mulher é necessário que nos associemos a essa luta, convictos
de que a participação da mulher em todos os setores da vida social,
principalmente a política, só fará o mundo mais solidário e mais humano.
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