O artigo do Antonio Cicero abaixo me obriga a defender a burca!
Claro que ela é um símbolo religioso. Sarkozy, o semiólogo gaullista-bushista quer dar a ela um significado de opressão, de subserviência e quer libertar as mulheres proibindo-as de usar uma roupa.
Vou fazer a semiologia do nariz do Sarkozy, se for assim. Nariz de Pinocchio.
Proibir para permitir. Libertar através do banimento. O que acontecerá com quem insistir em usar? Será preso? Expulso da França? Guilhotinado?
Sou contra a extração do clitóris, sim. Mas essa proibição do véu e da burca, ao meu ver, são parte do projeto de poder do Ocidente que é vendida como império da razão, da liberdade, da laicidade. Foucault, ao contrário do que escrevem Calligaris e Antonio Cícero, foi coerente ao ver mudanças no Irã.
Se o Estado desestimulasse, fazendo uma campanha contra a pirataria, por exemplo, ainda vai. Mas a proibição que Sarkozy impôs à troca de músicas na web, por exemplo, é a volta da postura autoritária do Estado na vida privada. É isso que representa Sarkozy. Fora o lobby Carla Bruni, claro.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
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domingo, 28 de junho de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
Um Estudo para O Homem e o Cavalo, de Oswald de Andrade
(Reescrevo alguns trechos O Homem e o Cavalo, de Oswald. Penso que essa peça, hoje desatualizada em seu aspecto político, precisa ser repensada. Sugiro algumas alterações para atualizar o texto, quando for montado. Poderia ficar assim, mas com o tempo deveria mudar, afinal é uma peça engajada):
1º quadro, O Céu de Sarkozy (Cena I)
(O cenário representa, com papel pintado, um parque de diversões interiorano e mambembe, com roda gigante, carrossel, carrinhos de bate-bate e outros brinquedos). No centro do cenário está a inscrição: Deus-Pátria-De Gaulle-igualdade-fraternidade-liberdade. Em um extremo do cenário está desenhado um elevador, no outro um pensador de Rodin pensando sentado numa privada. Toca, bem ao fundo, A Marselhesa).
Cena I
Etelvina Bruni: (entrando em cena com uma vela na mão e apagando-a, grita rispidamente): a burca não é bem-vinda na França!
Malvina: Eu é que sou a verdadeira mulher de Sarkozy, sou a ex-mulher. Eu estava tecendo uns panos de chão para os árabes vestirem, umas toalhinhas, mas o fio de nuvem acabou.
Balduína: não se esqueça de escrever que o véu é proibido em colégios públicos.
Etelvina Bruni: Ih, o céu é tão chato! Que pena o Arafat ter ido para o inferno!
Balduína: é que sou a mulher de Sarkozy, eu sou a amante! É tudo culpa dos palestinos, que não deram tempo dele se confessar.
Querubina: você queriam aquele árabe sujo aqui? Imigrantes não são bem vindos na França!
Malvina: Vamos estudar italiano para conversar com Berlusconi, o poeta-soldado-garanhão!
Malvina (entra a música ribombando): senzo una forza indômita! (Malvina ensaia uns passos de dança ao som de O Guarani, de Carlos Gomes).
Etelvina: Sarkozy já me ensinou o francês: casser ta gorge! Foudre le cul, con! Culé!
(Ouve-se uma descarga e um ator caracterizado como Berlusconi aparece falando ao celular)
Malvina (tapando as orelhas): Que fracasso!
Querubina: para quê Sarkozy, se temos De Gaulle, para quê Berlusconi, se aqui no céu tem Mussolini?
Balduína: Sarkozy nem Berlusconi não estão nem desencarnados ainda....
Etelvina: em breve teremos uma turnê animada aqui no céu.
Malvina: aqui no céu?
Etelvina: ela ia começar na Terra, mas de fato vai ser no céu.
Malvina: de quem?
Etelvina: de um grande dançarino e cantor negro.
Malvina: que fim levou ele?
Etelvina: segredo.
Balduína: ele tomou demerol? Morfina? Cocaína? Malvina? Etelvina?
Querubina: eu sei...mas não posso dizer...
Malvina e Etelvina: Querubina!
Querubina: ele me pediu segredo.
As duas: segredo no céu! Que piada!
Querubina: me fez jurar por Deus que não contava.
Malvina: empregando o nome de Deus em vão!
Etelvina: que pecado! Daqui a pouco São Pedro expulsa ele daqui.
Querubina: Ele tem um passo que tem tudo a ver com céu e lua: moonwalking.
Malvina: ele anda na lua?
Balduína: Eu achava que aqui no céu ia ser como a mansão de Berlusconi! Ceias! Cardeais!
Malvina: Mas temos Mussolini...
Querubina: prefiro o dançarino.
Balduína: o dançarino, só com inseminação artificial.
Etelvina: Eu gosto do Divo Gerald Thomas, ele pelo menos canta!
Balduína: Canta! Canta, toca guitarra e ainda encena!
Etelvina: Vocês estão ficando histéricas, precisam consultar um psicopata!
Balduína: as festas do Berlusconi na Terra são muito mais animadas. E esse dançarino que veio parar no céu, que tal? Vocês sabem cantar as músicas dele?
Malvina: Eu sei.
Balduína: então diga!
Malvina (recintando): Yes, we have no bananas...Esqueci...espera!
Tava jogando sinuca
Uma nega maluca
Me apareceu
Tava com um filho no colo
Dizendo para o povo que o filho era meu
Balduína: Que foxtrote ranzinza! Ele morreu como Carmen Miranda, de overdose? Arre que achamos um brinquedo de sociedade.
Etelvina: Eu sei outra música dele. É uma canção linda sobre a paternidade.
As duas: Ah! Que bonito! Diga! Diga!
Etelvina (recitando): Ela se chama Biliejean
She say I´m the one
But the kid is not my son
As outras (rindo): Ah! Ah! Ah! Que estupendo!
Etelvina: não sei o resto! Só sei o refrão!
As outras: ora!
Malvina: Como é que acaba?
Balduína: É! Diga o fim!
Etelvina: Ele virá fazer moonwalking aqui no céu! Ele tá ao lado de Carmen Miranda e Elvis Presley! O pai, o filho e Dona Sílvia do Espírito Santo.
Malvina: Ora essa! Todos in memorian!
1º quadro, O Céu de Sarkozy (Cena I)
(O cenário representa, com papel pintado, um parque de diversões interiorano e mambembe, com roda gigante, carrossel, carrinhos de bate-bate e outros brinquedos). No centro do cenário está a inscrição: Deus-Pátria-De Gaulle-igualdade-fraternidade-liberdade. Em um extremo do cenário está desenhado um elevador, no outro um pensador de Rodin pensando sentado numa privada. Toca, bem ao fundo, A Marselhesa).
Cena I
Etelvina Bruni: (entrando em cena com uma vela na mão e apagando-a, grita rispidamente): a burca não é bem-vinda na França!
Malvina: Eu é que sou a verdadeira mulher de Sarkozy, sou a ex-mulher. Eu estava tecendo uns panos de chão para os árabes vestirem, umas toalhinhas, mas o fio de nuvem acabou.
Balduína: não se esqueça de escrever que o véu é proibido em colégios públicos.
Etelvina Bruni: Ih, o céu é tão chato! Que pena o Arafat ter ido para o inferno!
Balduína: é que sou a mulher de Sarkozy, eu sou a amante! É tudo culpa dos palestinos, que não deram tempo dele se confessar.
Querubina: você queriam aquele árabe sujo aqui? Imigrantes não são bem vindos na França!
Malvina: Vamos estudar italiano para conversar com Berlusconi, o poeta-soldado-garanhão!
Malvina (entra a música ribombando): senzo una forza indômita! (Malvina ensaia uns passos de dança ao som de O Guarani, de Carlos Gomes).
Etelvina: Sarkozy já me ensinou o francês: casser ta gorge! Foudre le cul, con! Culé!
(Ouve-se uma descarga e um ator caracterizado como Berlusconi aparece falando ao celular)
Malvina (tapando as orelhas): Que fracasso!
Querubina: para quê Sarkozy, se temos De Gaulle, para quê Berlusconi, se aqui no céu tem Mussolini?
Balduína: Sarkozy nem Berlusconi não estão nem desencarnados ainda....
Etelvina: em breve teremos uma turnê animada aqui no céu.
Malvina: aqui no céu?
Etelvina: ela ia começar na Terra, mas de fato vai ser no céu.
Malvina: de quem?
Etelvina: de um grande dançarino e cantor negro.
Malvina: que fim levou ele?
Etelvina: segredo.
Balduína: ele tomou demerol? Morfina? Cocaína? Malvina? Etelvina?
Querubina: eu sei...mas não posso dizer...
Malvina e Etelvina: Querubina!
Querubina: ele me pediu segredo.
As duas: segredo no céu! Que piada!
Querubina: me fez jurar por Deus que não contava.
Malvina: empregando o nome de Deus em vão!
Etelvina: que pecado! Daqui a pouco São Pedro expulsa ele daqui.
Querubina: Ele tem um passo que tem tudo a ver com céu e lua: moonwalking.
Malvina: ele anda na lua?
Balduína: Eu achava que aqui no céu ia ser como a mansão de Berlusconi! Ceias! Cardeais!
Malvina: Mas temos Mussolini...
Querubina: prefiro o dançarino.
Balduína: o dançarino, só com inseminação artificial.
Etelvina: Eu gosto do Divo Gerald Thomas, ele pelo menos canta!
Balduína: Canta! Canta, toca guitarra e ainda encena!
Etelvina: Vocês estão ficando histéricas, precisam consultar um psicopata!
Balduína: as festas do Berlusconi na Terra são muito mais animadas. E esse dançarino que veio parar no céu, que tal? Vocês sabem cantar as músicas dele?
Malvina: Eu sei.
Balduína: então diga!
Malvina (recintando): Yes, we have no bananas...Esqueci...espera!
Tava jogando sinuca
Uma nega maluca
Me apareceu
Tava com um filho no colo
Dizendo para o povo que o filho era meu
Balduína: Que foxtrote ranzinza! Ele morreu como Carmen Miranda, de overdose? Arre que achamos um brinquedo de sociedade.
Etelvina: Eu sei outra música dele. É uma canção linda sobre a paternidade.
As duas: Ah! Que bonito! Diga! Diga!
Etelvina (recitando): Ela se chama Biliejean
She say I´m the one
But the kid is not my son
As outras (rindo): Ah! Ah! Ah! Que estupendo!
Etelvina: não sei o resto! Só sei o refrão!
As outras: ora!
Malvina: Como é que acaba?
Balduína: É! Diga o fim!
Etelvina: Ele virá fazer moonwalking aqui no céu! Ele tá ao lado de Carmen Miranda e Elvis Presley! O pai, o filho e Dona Sílvia do Espírito Santo.
Malvina: Ora essa! Todos in memorian!
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