domingo, 15 de março de 2009

Estúdio 11: BH descobre Beckett! Quanto tempo ainda falta para descobrir GT?

Do blog estudio 11: estudio11.blogspot.com (um blog mineiro muito bom):


50 anos depois Belo Horizonte descobre Samuel Beckett. Existencialismo do anos 60/absurdo. Ao abrir o caderno de cultura do Estado de Minas no sábado ( 17 de Janeiro). Ficamos assustados, comovidos e intrigados com oque lemos, Minas Gerais acaba de descobrir que existe teatro que não seja comédia fácil.A matéria de Janaina Cunha Melo e Sérgio Rodrigo Reis elogia de maneira enfática oque eles chamam de "novidade" no Brasil ." Aqueles dois" do grupo Luna Lunera e "Amores surdos" do grupo Espanca!,apresentam-se como a nova marca de Minas Gerais e um "pisoteio" nas comédias e na Campanha de Popularização de dança e Teatro de Belo Horizonte. Será que estamos bêbados de montanhas? e que montanhas !!! e que relevos!!!! sem platôs é lógico, pois estes só temos nas Gerais do Serrado de Guimarães que se estendem para além de Goiás e Savanas/Agreste nordestino. Seguindo o caminho inverso dos gregos e de qualquer outros povos e tempos do mundo. O Mineiro parece desejar abandonar a comédia falaciosa e se engendrar num teatro onde o texto é o privilégio, onde a existência é o privilégio. Engraçado isto não? deve ser mesmo o efeito dessas montanhas auroferríferas... que entram pelo nosso sangue e pelos nossos cérebros e conexões... como assim? Caio Fernando Abreu é mineiro? onde estão nossos dramaturgos? Haaa! nós nos esquecemos, devem estar preparando seus próximos textos de sucesso como " A idade da Ameixa" para a próxima campanha de Popularização de teatro, a do ano que vem!!! concordo que tudo nessas peças que Janaína e Sérgio dizem ser uma grande novidade exportada de Minas para o resto do país num olhar primeiro parece interessante, talvez por não serem comédias, CHEGA de COMÈDIAS!!!!!!!!! Neste ano a Campanha de Popularização do teatro e da dança de Belo Horizonte ultrapassaram 80... Será porque a mineirada gosta tanto de rir? ou não seria uma maneira fácil de dizer que foi ao teatro e pagar a sí mesmo, cada um, a dívida com o saber. Enfim teatro é muito chato mesmo!!!! mas ainda tem alguns ou a maioria de alguns, que ainda acreditam o teatro ainda é fonte de revolução e originalidade estética. Que me desculpem meus companheiros, mas no momento nossa melhor arte, ainda estão nas incubadoras epistemológicas dos estudos avançados das equações diferenciais estocásticas. Não fiquem bravos!!!! nem muito menos nos perguntem o que é isso que acabamos de falar...ouvimos um dia. Só sabemos que a subjetividade configurável ou não incomoda mais os artistas da ciência do que os artistas da arte, coitados!!! Estes perdidos no achismo, quando muito na reinvenção da roda!!! da roda que nem mais roda... pois tudo agora parece não passar de dígitos e bytes que trafegam quando muito em movimentos translacionais, pois a rotação agora relativa também quer transladar. ( não nos perguntem sobre isto também). Haaa! mineiros, mineiros!! onde estão nossos heróis? anti-heróis? Chico Reis, Miguilins, Riobaldos?? que pena, se já os vejo estão travestidos... e aí sim, prefiro as comédias, são mais cômicas, mais comíveis e até mesmo mais antropofágicas.
Ser mineiro é ser resto.
Resto de mesa.
Resto e fundo de bateias.
Vaqueiros sem vacas.
Um teatro sem drama.
HO HO HO Minas Gerais!!! Que pena o melhor dessa peça ficou no próprio título. Cômico? quem sabe, não começou aqui nossa trágica comédia. Enfim parece que chegamos de volta a nossa terra mãe, mãe dos nossos caboclos, tambores, Tizumbas, Titânes, Miltons, e outros tantos que ainda choram nos fundos de nossas senzalas perdidas. Marília de Dirceu não passa de uma lembrança genética se extiguindo nas nossas veias emburacadas de ouro, por onde escorrem o tempo e nossa coragem dramática. Enfim! estamos neste momento na terceira margem, em qualquer outro lugar entre os limites do Brasil e as costas da África, presos nas malhas genéticas, puchadas para o Oriente pelos ritmos dos tambores incessantes, para o Ocidente pelas flechas tortas e frágeis Tupís/Aimorés, para o norte pelos antropofágicos modernistas, tropicalistas culpados, assustados, para onde iremos??? para onde devemos nos encaminhar agora??? Só as montanhas teêm as respostas. E não mais serão as montanhas de Cecília ou Drummond... quem sabe? nós não sabemos. Só sabemos com certeza que acabamos de descobrir a terceira margem de Guimarães. Que pena que Bertola, não sabe disto. Reveja sua peça Bertola, chamem todos do Rio de Janeiro, quem sabe aqueles que cortaram a cabeça de Tiradentes não sabem... Barbacena também fica no Rio de Janeiro? ou estamos enganados? Gostaríamos mesmo, que alguns dos grandes críticos de BH, pudesse nos esclarecer o que afinal se sucede com o movimento teatral de Belo Horizonte... Porque só agora, quase 60 anos depois, nosso movimento teatral descobre o existencialismo/Absurdo, Europeu.Porque só agora começam a achar que Peter Brook nasceu em BH? Engraçado... assistimos Peter Brook, ele mais parecia um colega de classe, de sala de aula. E o pior, o cara fez uma peça sobre o Islamismo, eu não sabia que Minas Gerais tinha uma comunidade Islâmica, ou nossa modernidade é realmente SURPREENDENTE????????? nos tornamos de antemão Islamicos, defendendo uma causa de Palestinos. Ha! Mineiros!!! HO HO HO Minas Gerais!!!!!!!!!!! que bom que essa peça existe... este título me serve tão bem agora. ( repito, é melhor do que a peça). Só nos falta mesmo a nossa faixa de Gaza, que Gerald Thomas já havia vislumbrado nos anos 80, pois daqui levou enamorado nossa grande Bete Coelho, pelos túneis e labirintos minero-auríferos que nos ligam até a civilização Becktiniana que Gerald soube traduzir plasticamente como ninguém a digitalidade de Beckett, para nós analógicos, Tupís-Macunaímas, habitantes dos tristes trópicos do construtivismo de Levi Strauss. Ha! meu querido Gerald, que pena que auschwitz não te levou como os seus, hoje entendo porque todos aqui te detestam, te odeiam Gerald e te empurram para o Monte Sião ( onde um dia chegarás) com o seu mal falado Iidich, pois contaminado está de Tupí e outras línguas clandestinas, que aqui não convem nem mesmo serem citadas. Porque pra nós mineiros, são como línguas do fundo do mar! muito abaixo das montanhas... dramaturgos nossos de agora, filhos amortecidos do anos 80/90. Coragem!!!!! matem de fato os heróis fantasmas que não reconhecem... pois melhores que sejam estas peças... peças de agora... não passam de cópias mal feitas que nosso escroto e amado Gerald já fez nos anos 80 e agora parece aposentado, bem como seu guru Bob wilson nos EUA e no mundo, e Peter Brook nos anos 70! Bem... todos estão vivos.... é nós aqui de Minas insistimos em achar que não existem e quando existem são Mineiros! Ainda bem que ser pretencioso é antes de mais nada ser Mineiro, ser inocente e solidário no cancêr.

Acionado por Estúdio11 exatamente às 20:31:00 9 devaneios

3 comentários:

Ricardo Aleixo disse...

Caro Lúcio, com o atraso de sempre, aqui estou para agradecer suas memoriosas referências a este bicho do mato travestido de ciberposseiro. Abraço!

GERARDWALT disse...

Excelente articulo, totalmente de acuerdo con lo expuesto aqui...

GERARDWALT disse...

Excelente comentario mi amigo, totalmente de acuerdo con lo expuesto aqui...Un abrazo, Walter