quinta-feira, 16 de abril de 2009

Hamletmídio, Francis, Kantor, Pinter, Beckett, Pondé e eu

Oi, Henrique Hemídio, você seria o Hamlet do meu Hamlet, pois você tem em seu nome as letras de Hamlet e também tem uma verve que te faz admirado por jornalistas!

No mais, tou lendo as barbaridades que o Francis de Waaaal dizia de Beckett (não passava nada), Kantor (desbunde narcisista) e finalmente, Pinter (é para poucos, linguagem entre dentes, dentre outros elogios...)

E leio na coluna do Walter Navarro/Paulo Navarro que, depois da prisão das dasluzetes e da Eliana Tranchesi (que poderiam criar a banda As Perseguidas), o xadrez tá vindo com força total nesse inverno! kkk

E no filme do Sam Mendes, Beleza Americana, que vi na TV por esses dias, tinha uma frase profética dita pelo republicano mini-Bush em plena era Clinton (Kevin Spacey é democrata, é cool, é pinton, tem suíngue, fuma um):

"THIS COUNTRY IS GOING STRAAIGHT TO HELL!"

Lindo. E quem levou foi ele mesmo. É como se ele tivesse sido sugado por seu próprio cu falante como em Almoço Nu de William Burroughs. Fazendo amor com seu ego!

E meu tio mineiro-americano, Paulinho, mon tati américan, uma época estava transando umas de olhar casa de milionário e vinha com um papo de papai Bush/Lacerdaudenista. Temos mesmo que sobreviver, né? O tati américan nos filmes franceses era um Deus ex-machina, era o que explicava o fato do protagonista poder viver sem trabalhar: ele tinha ganho um dinheiro do tio americano, uma herança!

E hoje eu li na Discutindo Filosofia que tem o Pondé & eu que a coisa é ainda pior do que eu imaginava e ele defende o intelectual Ratzinger, um conservador por colocar a moral antes da política e de tudo, uma vez que para Pondé a moral é um hábito, como o de tomar banho ou escovar dentes. Diz ele que é mais para Darwin que para Kant e que a moral não transa legal com a razão. E o politicamente correto é fascista. Mas ele não é contra o casamento gay. Ele levanta a questão de que, se Deus está morto, tudo é possível --problematizada no próprio Dostoiévski em diálogos com o Ivã, que diz isso. Logo em seguida, alguém, não sei se Dimitri, diz que com a ética da virtude não se precisa de Deus. Pondé diz que, sem Deus, corremos o risco de niilismo.

No entanto, Deus não faz julgamentos, não prende nem celebra missas. Quem impedirá a antropofagia e o bundalelê total e delirante serão, então, sacerdotes, juízes, policiais, todos em ligação a um poder temporal. Pondé quer fumar e não quer nos poupar de seu cheiro. Isso me faz lembrar o romance de Roberto Drummmondo O Cheiro de Deus. Pondé não nos quer poupar do cheiro de Deus e do sexo dos anjos. O filósofo é padre sem paróquia nesse Brasil onde professores de História é que assumem as parcas aulinhas de Filosofia & Sociologia que o honrado José Alencar nos concedeu entre uma especulação sobre o terceiro mandato de Lula e uma citação filosófica de um Protógenes qualquer, ou será Diógenes, o Cínico?

Mas não me queijo. Eu gostava do Digestivo Cultural até o momento em que Júlio Daio Borges, esse Jorge Luís Borges que, junto com Andrew Keen, quer salvar nossa cultura do amadorismo e instalar a belle époque do jornalismo cultural franciniano, falou que a inclusão digital vai fazer com que vivamos o hoje como um E o Vento Levou... no futuro,afinal, quem bloga hoje seria parte da elite e outros blá blá blá aristocráticos. Aí eu passei a só dar uma passada de olhos no Digestivo.

Aliás, Vampiro de Curitiba, tudo menos criticar a inclusão digital desse jeito, hein, pois...eu fiz a inclusão digital do Lula aqui na minha cidade! Tenho até o diplominha e tudo! Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa. Eu poderia citar outras expressões em latim como Drácula, in illo tempore, mas agora não. Pôxa, não entra nesse trip tipo E os bárbaros da inclusão digital levaram não, senão eu vou falar do Ipod usado que o Obama deu de presente para a Rainha da Inglaterra, hein!

Para cantar com a melodia do refrão violento de Hapiness is a Warm Gun: "Nelson Rodrigues jumps the gun! Nelson Rodrigues jumps the guuun!"

Gerald Thomas é o Nelson Rodrigues de nosso mundo. Mundo Luso, quer dizer, lúcio, quer dizer, lúcido. Rush Lumbagh é o Ratinho dos USA e Law and Order era um slogan da era Reagan e que virou série americana. Dessa só vi e gostei de Twilight Zone, com a qual o professor Capuzzo fez uma tese que virou livro e o nome da série em português esqueci. Mas a série Friends, por exemplo, tem aquela risadinha horrível do Zorra Total, que praticamente chama a gente de idiota pois ensina a hora de rir! E o que tem de milionário porco e lambão por aí não tá no gibi!

O blog Obra em Progresso acabou e Caets deixou comments off para não ser provocado. Se eu fosse um empresário da cultura jamais acabaria com meu blog, pois ele seria um canal de informações importantes para meus negócios nas colônias...Durante um tempo, o intelectual brasileiro culto e viajado foi meio muambeiro, ele saía e trazia a tais idéias fora do lugar ou como disse a Eneida Maria de Souza, ele fazia o papel de intermediário entre a colônia e a metrópole, entre a roça e a city cité cidade. Agora isso está acabando...A decadência se faz em luz and sound surround & parfois...ia citar Glauber, mas esqueci. Vergessen.

Mas se eu fosse Denny Yang abandonaria o blog como um satélite. Satelite of love. Ou faria um drama ou mise en scène antes de fazer um blogcídio para trazer uns comentários...

Um comentário:

Henrique Hemidio disse...

To be or not to be...
(Sim, cada vez mais admirado por jornalistas)