quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um poema de Julian Beck, do Living Theatre

É 1968

sou um realista mágico
vejo os adoradores de Che

vejo o homem de cor
forçado a aceitar
violência

vejo os pacifistas
desesperarem
e aceitarem a violência


vejo tudo tudo tudo
corrompido
pelas vibrações


as vibrações da violência da civilização
que estão despedançando
nosso único mundo (...).


Queremos
agredi-los
com santidade


queremos
fazê-los levitar
com júbilo

queremos
abri-los
com vasos de amor


quremos
vestir os desgraçados
com linho e luz

queremos
pôr música e verdade
em nossa roupa de baixo


queremos
fazer a terra e as cidades refulgirem
de criação

nós a tornaremos
irresistível
até para os racistas

(...)

Queremos transformar
o caráter demoníaco de nossos adversários
em glória produtiva

(Paradise Now, International Times, 12-15 de julho de 1968)

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