terça-feira, 30 de junho de 2009

O Homem e o Cavalo (Cena III)

Cena III


(Os mesmos e o Divo).


O Divo (entra cantando La Donna è Mobille, seminu, atirando seios e pênis de plástico na platéia, ouvem-se vaias). Ele para a opera e canta, com a melodia de My Way:

I did it my way
Hemingway
And so I face
The final leming


(Aparece depois de fazer um bundalelê para as Garças e para o Poeta-soldado).

O Poeta-soldado: Mas que mania que você tem de me confundir com D´Annunzio e Oscar Wilde! Não quero ver bunda, não sou decadentista! Volta pro canto! Cada um no seu quadrado!

O Divo: É tudo culpa do Arrabal, aquele anão, que desceu pela privada e entupiu!

Balduína: Sujeito cafajeste!

O Poeta-soldado: Você perdeu o senso moral no palco!

O Divo: Mas isto aqui é céu ou é as Fronteiras do Pensamento? Que tribo mais estranha!

O Poeta-Soldado: É céu, mas céu racional! A razão não é invenção do Ocidente, é preciso razão para criticar a moral, isto aqui é céu moralizado, racionalizado! Céu sem burca nem chador!

Etelvina: Sei disso! Nós estávamos ontem lendo um livro proibido pelo Sarkozy.

As três: Credo! O Alcorão?

Etelvina: Não, senhor! Era El Guionista del Díos...o del Diablo?

Balduína: quem foi que trouxe isso para cá?

O Divo: Vão dizer que fui eu!

O Poeta-soldado: Livros excomungados neste ambiente de elevação! Vou denunciar ao vice-almirante Pedro! Vou abrir um inquérito policial!

Etelvina: Faça o favor! Não fique alucinado senão nós também ficamos!

Balduína: Estamos fartas desses argentinos!

Malvina: conversas de céu são que nem conversas de blog, são inocentes, mas sempre acabam em sururu!

O Divo: conversa de blog! Ah! Ah! Ah!

Malvina: Cale a boca, bundinha seca!

O Divo: Cala a boca, ô maçaneta de porta de banheiro público!

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