O Diogo agora implicou com o Maranhão 66, do Glauber, que ele acha favorável ao Sarney. Diogo, não "intertrepa" errado de novo, não!
Muito curioso Arnaldo Carrilho virar esquerdista modelo! Na biografia do João Carlos Teixeira Gomes, ele é extremamente crítico em relação a todo mundo que aparecia no enterro de Glauber. Ele os chama de esquerda festiva em espetáculo de mau gosto, ressaltando a solidão de Glauber no ato de montar Idade da Terra. E eles são Jabor, Zé Celso, Barreto, etc. Insinua mesmo que todos estavam, como se diz na gíria estudantil, "trepando no cadáver". E na biografia está escrito que Glauber ria do azedume de Carrilho com relação a Roland Barthes e Foucault.
Claro que o Sarney e quem é amigo dele tem direito a dizer que o filme é favorável a quem o financiou. Mas esse foi um caso anômalo de documentário encomendado que virou obra de arte. O choque entre o discurso floreado e as imagens de miséria no sertão é crítico em 66 e hoje com a miséria provocada pelo aquecimento global. Porém, acho salutar o Diogo comentar o Glauber. Ele tá de parabéns. Ele precisa mesmo se digladiar com um adversário de verdade.
DO PERSONAGEM
“Tomava eu posse no Governo do Maranhão e fiz uma ousadia que não deveria ter feito com um amigo da estatura de Glauber Rocha. Eu lhe pedira que documentasse a minha posse. Glauber fez o documentário que foi passado numa sala de cinema de arte, há 15 anos. E quando o público viu que numa sessão de cinema de arte ia ser passado um documentário que podia ter o sentido de uma promoção publicitária, reagiu como tinha que reagir. Mas aí, o documentário começou a ser passado, e quando terminaram os 12 minutos o público levantou-se e aplaudiu de pé, não o tema do documentário mas a maneira pela qual um grande artista pôde transformar um simples documentário numa obra de arte: ele não filmou a minha posse, ele filmou a miséria do Maranhão, a pobreza, filmou as esperanças que nasciam do Maranhão, dos casebres, dos hospitais, dos tipos de ruas, e no meio de tudo aquilo ele colocou a minha voz, mas não a voz do governador. Ele modificou a ciclagem para que a minha voz parecesse, dentro daquele documentário, como se fosse a voz de um fantasma diante daquelas coisas quase irreais, que era a miséria do Estado”.
Senador José Sarney, no Jornal do Brasil, (Rio de Janeiro, 25 de Agosto de 1981).
Vejam o filme e tirem suas próprias conclusões.
Se Glauber estivesse vivo, acho que seria direto: diria algo como: fazer filme no Brasil é mais difícil que escrever na Veja: Mainardi, sua coluna é uma MERDA!
5 comentários:
Lúcio,parabéns pelo artigo sobre Carmem-Wittgenstein.Muitíssimo bom(rs).Há certas aproximações ali que são um grande achado teórico.Quem sabe vc não desenvolve mais esse artigo?
Abração.
Do Glauber eu ainda sou virgem
quem e glauber
esse tal de diog nao e um casiznho do gore vidown/?
quem e geraldo tomas
e cazinho de um beket/
q bom q vc gostou
essa música é do filme Vanilla Sky, q por sinal tem uma ótima trilha sonora
Postar um comentário