segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A resposta de Theodore Roszak

Eu tinha inúmeras coisas que queria desenvolver depois: sobre um grupo de teatro que está atuando em BH, sobre uma palestra de Leandro Karnal que vi ontem na TV Cultura, com curadoria de Luiz Filipe Pondé, como sempre combatendo nossa "modernidade covarde"; fora que queria falar da morte de Erwin Puhler, intelectual uberabense amigo de papai e escreve muito bem sobre Goethe e outros filósofos. Fora que estou numa ambiência Woodstock depois que li um encarte do Jornal Estados de Minas anotando que ocorreram duas mortes: uma por overdose de heroína e outra um acidente com um trator no campo, etc, etc, fora que queria pinçar frases do diálogo de Glauber com Antonio Calmon versus Oiticica e Torquato, citando trechos dos filmes que encontrasse no Youtube: O Demiurgo, Os Inconfidentes, todos filmes dos quais gostei (do Demiurgo, vi cenas, Inconfidentes vi todo e a cena final é referência para mim): Tiradentes ia ser morto no filme histórico, quando a cena é aplaudida: corte surpreendente, são estudantes do ensino secundário vendo uma encenação em Ouro Preto em 1972, com professoras em formação, uniformes, discurso de autoridades da ditadura.

O melhor ensaio acadêmico sobre a Contracultura lançado em 69 mesmo por Theodore Roszak, tem um prefácio profético:

"A resposta, creio, é que eu mesmo me vejo incapaz de vislumbrar ao fim da estrada que seguimos com tanta confiança, nada senão os dois vagabundos tristes de Beckett, que sob uma árvore murcha esperam que suas vidas comecem. Além disso, acho que a árvore nem sequer será real -- e sim uma contrafação de plástico. Na verdade, é possível que até mesmo os vagabundos não passem de autômatos...embora -- é claro --com largos sorrisos programados nos rostos".

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