segunda-feira, 12 de abril de 2010

Blognovela Penetrália 23: A Plástica Besta!

Blognovela 21: A Plástica Besta!


(Acendem-se as luzes. Num cenário de barracos destruídos, escorre chorume e todos estão sujos de lama. Uma mulher descabelada, com uma faca na mão, corre para o centro do palco, gritando):

Sogra da Mulher na Cadeira de Rodas: Rainha Foguete, Mulher na Cadeiras de Rodas, como você faz sexo?

Márcia: Putz, que lástima!

Lilian de Ipatinga: Eu vi os expoentes da minha geração serem construídos pela escravidão midiática, morrendo de medo, histéricos, impotentes, escondendo atrás de máscaras e arrastando-se pelas ruas do bairro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer antiácido.

Cintia: Peri, Peri, Lúcio, é blognovela ou telenovela?

Sogra da Mulher na Cadeira de Rodas: Enquanto Gerald abre um novo blog na wordpress, eu fico vendo novela, fico acalmando meus dois filhos, Caim e Abel, pois ambos estão transando cadeirantes.

Lúcio: Hein, telenovela da Bandeirantes? Vende-se um Sapato Velho de Uma Professora, Canavial de Paixões, Uma Rosa por Amor?

MNC: Não, Lúcio, essas são do SBT.

Reinaldo Pedroso: Fizeste uma twitternovela horrível, irritaste a todos.

Felipe Moreira: Lúcio, novela com a vida sexual dos cadeirantes, não!

Sogra da Mulher na Cadeira de Rodas: Caim e Abel querem fazer sexo com você na cadeira de rodas, Mulher na Cadeira de Rodas. O que você tem que eu não tenho? Você é virgem? Você transou com o Caim e o Abel? Transou dentro do hospital com meu filho médico? Hein? Você transou? Você funciona?

Mulher na Cadeira de Rodas (chorando): Eu sou normal! Faço sexo normalmente, o pênis dele, seu filho, é introduzido em minha vagina após a ereção e...

Sogra da Mulher na Cadeira de Rodas (gritando de olhos fechados): NAAAAOO! NORMAL, NÃO! VOCE NÃO É NORMAL!

Lúcio: Isso não é uma mãe, é uma galinha choca!

Felipe Moreira: Eu nunca diria isso: "Lúcio, novela com a vida sexual dos cadeirantes, não!". Eu diria: "Lúcio, novela com a vida sexual dos cadeirantes, cool!"


Mulher na Cadeira de Rodas: Eu faço sexo na cama, não na cadeira de rodas.

Sogra da Mulher na Cadeira de Rodas: Vocês fazem sexo na cadeira de rodas? Como ela agüenta vocês?

MNC: prefiro ver AGTUX e no novo documentário do Padilha. Telenovela não!

Felipe Moreira: Tudo menos isso, Lúcio! (Novo deslizamento de lama. Blecaute).

7 comentários:

Revistacidadesol disse...

Diálogo: “Reacionário X Marxista”
Vianninha: Acho você sincero como escritor, nunca pondo no papel aquilo que a pressão social exige, escrevendo o que passa na sua cabeça. Você é o que escreve e, talvez por isso, seja bom artista. Nélson, só D. Jaime Câmara pode negar em você o artista. Daí, é claro, sua mui justa indignação quando pichado de reacionário. “Reaça”, pára você, sabe que é “reaça”, gaba-se disso, tem ânsia de vômito quando vê operário, acende vela para Rockefeller, não assiste a suas peças, não entende de candomblé, nunca ouviu falar no Garrincha, usa batina dentro de casa.
Nélson: Para um velho como eu, sou realmente uma múmia, é uma delícia discutir com as novas gerações. Todavia, há no meu debate com Vianninha um defeito técnico. Pergunto - como polemizar com um sujeito que o trato pelo diminutivo? sim, como xingar um sujeito que eu próprio chamo, risonhamente de Vianninha?
Vianninha: Você é inflexível Nélson; nada de nove horas. Suas peças têm um vigor e uma violência nascidos daí; seu diálogo é ríspido, seco, sem poréns e lantejoulas: suas palavras se desencontram, não cabem exatamente numa ordem lógica e sossegada. Seu diálogo, bom pra chuchu, expressa sua intransigência. Você não dá folga ao pequeno burguês, sempre amarrando suas aspirações e vontades para se alienar ao assim é melhor, ao por aqui dá mais jeito. Você não quer ordem, quer a paixão pura e limpa, como se ele não precisasse de um fundamento ideológico para se manifestar e existir.
Nélson: Por que me “escracha” o meu colega cubano? digo cubano e explico: O Vianninha mora fisicamente no Brasil; mas sua residência sentimental e ideológica é Cuba. Seu processo de alienação pode levá-lo a confusões ainda piores: Ainda hei de ver o Vianninha consultando um guia turístico pra saber onde é a Avenida Rio Branco.
Vianninha: Eu acho, Nélson, que a sociedade formou um novo homem, social como nunca houve até aqui, ligado a um outro para sobreviver, para se alimentar, para se divertir, tudo. A consciência social precisa admitir esse fato, adaptar-se a ele, dominá-lo e tocar pra diante; na cabeça: cada um para si e nem Deus mais para ajudar no apito. E essa contradição é cada vez mais violenta. O homem perde o humano, a consciência de suas necessidades, se perde. Precisa pensar pra burro pra se reconquistar e você pichando o pensamento. Você é Reacionário, Nélson Rodrigues.
Nélson: No seu mais profundo ressentimento, o Vianninha nega, de alto a baixo o meu teatro. E por que nega? é simples:Porque eu não faço propaganda política, porque não engulo a arte sectária. Em suma: O Vianninha queria que o “Boca de Ouro” parasse a peça e apresentasse um atestado de ideologia. Mas ele quer mais. Não basta o personagem, exige também do autor o mesmo atestado. A minha vontade é perguntar ao Vianninha. “Ô Rapaz!!! Você é revolucionário ou tira?”

Estúdio11 disse...

Hahahahaha!
Adorei Lúcio.

Revistacidadesol disse...

tro: Varginha

Teatro no Sul de Minas

O Festival Nacional de Teatro de Varginha – 5ª edição abriu as inscrições nesta sexta feira, 09 de Maio. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser baixados no site: www.vivaculturavga.com.br
O Festival será realizado de 26 a 28 de Setembro no Teatro Marista Mestrinho.
Qualquer dúvida,estamos a disposição.
Favor enviar email para: festteatro@yahoo.com.br
Adicione nossa comunidade no Orkut
http:www.orkut.com/community.aspx?cmm=5153105
Fale Conosco: (35)3222-9016

Revistacidadesol disse...

feira, 4 de abril de 2008
Ensaio de Lúcio Emílio Jr. sobre poesias de Júlio Tentaterra


Sóis de Vírus Mundanus


O primeiro livro de Júlio Emílio Tentaterra (Poesia Orbital, 1997), étambém a tão almejada publicação dos antigos escritos do autor-jornalista formado em 1979. Sua escrita traz as marcas da década de 70: contestação, tropicalismo, cultura de massas, concretismo. No poema Incinerador, ele cita uma frase bela, que poderia ser também a epígrafe de um relato como O Que é Isso, Companheiro: "A medida que nos lembramos do passado o reconstruímos de acordo com nossas idéias atuais sobre o que é ou não é importante" (Peter I. Berger). Nos seus melhores momentos, Júlio lembra Jorge Mautner: "Sou um vampiro/ desgraçado de feio/ vagando dia adentro/ entre muralhas e olhos de gatos miseráveis." A cultura do corpo, a ascensão do idioma inglês em detrimento do francês e do latim, a contracultura, estas são as marcas internas que a escrita de Júlio desvela, como no poema Bebo a Bela: Como vai minha beija-flor?/ Comeu alface no breakfast/ e está achando que regime é guilhotina/ de Maria Antonieta, Led Zeppelin/ background, fide back, Tiradentes e da esfuziante Carolina de Jesus./ Realmente sou um vampiro feio/ que rola amargamente pela cama/ sentindo frio e sem poder voar para suas suculentas coxas/ de cortesã primaveril.O anarquismo e o espírito contestador que acabam enjaulados pela sociedade de consumo - este é o drama a ser enfrentado. O poeta é, neste momento histórico, o coveiro das utopias, como atestam os poemas Judas e Mr. Contestador: "Agora não brinco mais/ Não procuro a corda/ ou o escaldante beijo./ Sou apenas um Judas/ que rolou à noite na cama/ porque não sentiu remorso./ Não sou dono deste mundo,/ nem do outro." No fim do texto ecoa a "morbeza romântica" de Jards Macalé e Torquato Neto: "Todos os meus senhores/ estão a me espiar/ querendo saber se os meus ossos/ estão impregnados com o docepodre do planeta./ Olha, menina, sou um negro que os calhordas/ resolveram chamar de morte." Júlio, ator e componente da companhia Tripa de Mico Estrela, foi também do grupo poético-musical Virus Mundanus, um dos melhores nomes de banda que já vi, soube interpretar várias vozes de um tempo e de uma época. Dizer mais do que isso será dar bicadas na maçã, será impedir que a poesia deste jovem (o tempo cronológico foiinvenção do relógio! brada ele) diga por si mesma, se exponha. Para os que se atreverem a atravessar o limiar entre a cultura e a contracultura é que ele oferece esse voluminho. Ele lhe será suave ou indigesto, conforme o paladar do freguês. É como doce veneno, uma maçã psicodélica de Branca de Neve que o autor malvado oferece. Façam bom proveito.

Lúcio emílio Jr - poeta, filosofo e ensaísta mineiro pós graduando em literartura na Unicamp- São Paulo. Reside e trbalha atualmente em Bom Despacho - região oeste de Minas gerais. Contato:lucio@bdonline.com.br

Revistacidadesol disse...

blog do Julio: virusmundanus.blogspot.com

ezyr disse...

HI, LÚCIO!!! fazendo uma VISITINHA AO NOVO BLOG RE,LOADED. Obrigada por me elogiar lá no FACEBOOK, também. VIDA SUPER CORRIDA, mas OKEY, CÁ ESTOY YO AND TOI...OUI??? Dê uma aparecida lá no FB. too. Ezir

Revistacidadesol disse...

or pontedeferro | Publicado em Uncategorized | Comentários (2)
abril 13, 2010 – 9:28 pm

Se nem eu mesmo estranhei o fato de a primeira musica que consegui tocar foi “sweet home Alabama”, pq vc estranharia? As pontas dos meus dedos, pouco a pouco, começam a conter os calos necessários para que ‘sweet home Alabama” aconteça e é possível que talvez eu consiga dominar um instrumento muito antes do que você possa imaginar-me tocando para você, numa noite de sexta-feira, na sua casa perdida em uma cidade fria do sul do brasil. Faz tempo que não nos falamos. Não sei quem de nós foi o primeiro a esquecer de responder o último email enviado, mas eu penso em você todos os dias quando alguém, na televisão, ousa pronunciar a palavra “amizade”. Não sei se você sabe o quanto penso em você aqui, nessa cidade distante. Amanhã, por volta das quatro horas da tarde, meu avião passará por cima da sua cidade e, se você lembrar de mim, olhe para o céu. Eu estarei lá. rasgando o azul um pouco antes do sol cair.
Não sei quando foi que me habituei a chamar o lugar onde nasci de “a sua cidade”. somos todos filhos da mesma merda. Somos todos vizinhos dos mesmos filhas da puta gaúchos. Somos todos vermes do mesmo conservadorismo e o pessoal daqui de cima do Brasil acha tão bonitinha a estética fria e bonita mas não entendem a dor que leva tantos a se jogar daquela ponte filha da puta. Os que se jogam daquela ponte filha da puta não escolhem a ponte de ferro pq ela é bonitinha, fotogênica ou famosa. Os que escolhem a ponte de ferro para ir embora, a escolhem pq a queda é longa. E pq eles sabem que qto mais longa for a queda, maior a aceleração e mais forte o impacto sobre a água. Eles escolhem a ponte de ferro pq o rio não é tão profundo e pq as pedras são afiadas e pq todos os que caíram de lá nunca precisaram voltar para a merda que acumula vida nas terras próximas ao rio.
Como dizem meus amigos de lá: “viver aqui é um suicídio diário”.
Mas a maioria das pessoas ainda prefere acreditar que o que fazemos é cinema. É literatura. É fotografia. É musica.
Para o que se recusam a viver, é sempre mais fácil ver o mundo através da ficção e das teorias. E dos esquemas onde cabe tudo, menos a verdade. Não foi à toa que fugi da escola. Pra lá não volto. Pra lá não volto. Pra lá não volto.
Por pontedeferro | Publicado em Uncategorized | Comentários (1)