sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Questão da Destruição de Judá

A Questão da Destruição de Judá
(********8) A Questão da Destruição de Judá

Um texto de Gerson Soares


No corpo do trabalho foi dito que a escatologia se desenvolveria em dois atos distintos, todavia intimamente ligados entre si, como partes de um mesmo e único processo. E tal seria assim porque a escatologia já se acha previamente dada, nos acontecimentos tipológicos passados, tanto da destruição de Judá por Nabucodonozor como da conquista de Babilônia por Ciro que não obstante terem ocorridos em tempo e espaço diferentes, todavia na Palavra de Deus, no estrito interesse do Divino então judaico, tais acontecimentos foram partes de uma única ação de Deus.



A destruição de Judá por parte do rei caldeu Nabucodonozor e a conquista de Babilônia por parte do rei persa Ciro foram acontecimentos concebidos para servir de fundamento escatológico? Eles iriam nortear e ser modelos condutores do acontecer escatológico? Que seguiria passo a passo os seus passos? Os passos tipológicos dados no passado? O que significa dizer o aparecimento no final dos tempos de um novo Nabucodonozor e de um novo Ciro?



Estas são as coisas que Jesus tem revelado ao seu profeta para que ele o declare a todos os filhos e filhas de Deus, bem como a todos que estão com o ouvido aberto para ouvir a novidade. E é isto que será feito agora, num primeiro momento, as abordagens sobre os dramáticos acontecimentos da destruição de Judá e num segundo momento uma abordagem sobre os acontecimentos que levaram à queda de Babilônia.



Apesar de que no livro escatológico por excelência, Apocalipse, há referências que ligam diretamente a escatologia à Babilônia, por outro não há referências que a ligam à destruição de Judá. Abundam sim, mas por profetas fora da Bíblia, do tempo da modernidade. E eles serão abordados ao final desta nota de rodapé.



Mesmo que não haja no livro do Apocalipse qualquer referência que concebe a escatologia a partir das imagens de destruição de Judá, ora, como que na Palavra de Deus Veterotestamentário a destruição de Judá e a conquista de Babilônia se tratam de atos intimamente ligados entre si, indissociáveis, isto significa dizer que para que acontecesse a escatologia revivendo a conquista de Babilônia a escatologia teria de acontecer antes revivendo a destruição de Judá e de tudo que lhe diz respeito, pois quê se os acontecimentos de Nabucodonozor e de Ciro eram partes do mesmo processo então uma escatologia baseada nos acontecimentos de Ciro teria de ser previamente antecedida de uma escatologia baseada nos acontecimentos da destruição de Judá por parte de Nabucodonozor. Quem o diz é simplesmente a equação matemática.



Sendo assim, então podemos indagar se a escatologia já teria se manifestado a partir das imagens da destruição de Judá, um Novo Nabucodonozor esteve entre nós, e passou despercebido de todos?



Ora, por volta do ano de 95, 96, num programa religioso numa antiga rádio aqui da cidade de Presidente Prudente, o ministro da Palavra de Deus que o apresentava então fez leitura do capítulo 1 do livro do profeta Sofonias, do verso 1 ao 18. E ele exaltava a Palavra dizendo que era iminente o cumprimento de Sofonias; que em breve os ricos e os poderosos iriam gritar amargamente nas mãos de Deus, gritando por socorro, mas nem a sua prata e nem o seu ouro os iria livrar. Porque, dizia ele, este é o quinhão que aguarda o homem que dá mais valor para a riqueza do que para Deus.



Façamos a pergunta: a profecia de Sofonias, claramente escatológica, pois fala do Grande Dia da Ira de Deus, é ainda para acontecer, como dizia cheio de animosidade aquele ministro da Palavra de Deus, ou na verdade trata-se de profecia que já se cumpriu, apenas que esteve invisível aos homens?



Que esteve invisível é fora de dúvida; mas, como a Palavra de Deus diz que chegaria um tempo em que tudo que acha em oculto seria revelado, cabe a este que escreve fazer a solene declaração: Sofonias é profecia que já se cumpriu, e o Novo Nabucodonozor já esteve entre nós, fez a obra e as ações que a Palavra de Deus diz ele faria, e já se foi. Como assim? Por ocasião da revolução socialista ocorrida no final do ano de 1917 no país russo. Ali estiveram os seus acontecimentos.



A revolução russa, os seus dramáticos acontecimentos, foram revivência escatológica dos dramáticos acontecimentos da destruição de Judá? Lênin foi um novo Nabucodonozor? Vejamos:

_____ Nabucodonozor destruiu Judá em três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi desfechado contra o rei Joaquim; O SEGUNDO foi desfechado contra o rei Zedequias, onze anos e três meses depois; e O TERCEIRO foi desfechado um mês depois por Nebuzaradã, enviado de Nabucodonozor, que passou a queimar a casa de Javé e a casa do rei, e todas as casas de Jerusalém; queimando com fogo a casa de todo homem proeminente e demolindo as muralhas da cidade, não deixando pedra sobre pedra.



Mas, não foi isto mesmo que aconteceu no caso russo? Os revolucionários realmente não destruíram a Cristandade, que era o reino do Czar, em três sucessivos golpes? O PRIMEIRO foi, pois, a revolução de 1905; o SEGUNDO foi, pois, a revolução de março de 17, onze anos e três meses depois; e o TERCEIRO foi desfechado um mês depois quando Lênin voltando do exílio passou a demolir todo aquele mundo não deixando pedra sobre pedra?



_____ Relata a Palavra de Deus que quando o cerco de Nabucodonozor se tornou insuportável então por uma brecha, na calada da noite, fugiu Zedequias e toda a sua família e colaboradores. Fugindo na direção do Arabá, quando se achavam na planície desértica de Jericó, foram pegos pelos soldados caldeus.. Andando com eles o levaram finalmente a Ribla, mais ao norte, onde o rei Nabucodonozor tinha armado seu quartel-general. Após ter-se feito a leitura de uma decisão judicial a seu respeito então os caldeus abateram ao fio da espada toda a família de Zedequias, todos os seus filhos, a julgar pela idade do pai eram eles muito jovens. E em seguida cegaram-no levando-o a Babilônia onde viveu e morreu na Casa de Custódia..



Mas, não foi isto que ocorreu no caso russo? O Czar Nicolau II quando viu que os revolucionários se assenhoreavam do poder e que seu fim político tinha chegado, enquanto estava sob custódia em Tsarskoye Selo, então na calada da noite planejou fugir da Rússia indo se asilar na Inglaterra, então governada pelo seu primo o rei Jorge V. Mas os revolucionários souberam dos planos e cercaram todas as estradas, com Nicolau II não tendo como fugir. E em agosto o transferiram para a Sibéria, para a cidade de Tobolsk, com Nicolau II e toda a sua família, bem como dezenas que prestavam serviços à família imperial, seguindo em um trem escoltado por trezentos soldados. E em Tobolsk foram aprisionados na Casa do Governador. E finalmente em março do ano seguinte foi transferido de cidade, de Tobolsk para Ekaterimburgo, nos Montes Urais, sendo aprisionados na Casa Patien. E no dia 17 de julho daquele ano de 1918 o capitão Yakov Yurovski, um fotógrafo que sofrera horrores nas prisões do Czar, entrou até o porão onde se achava a família imperial e fez perante eles a leitura de uma decisão judicial que fora tomada pelo soviete local. Estritamente por ele, porque tal ato não estava escrito no ESPÍRITO-DNA do Lênin. E em seguida todos que estavam no porão foram mortos, o Czar e toda a sua família, bem como mordomos que os acompanhava, não sendo poupado nem mesmo o cão spaniel de estimação da família.


_____ Relata a Palavra de Deus que após o massacre dos filhos de Zedequias e o seu cegamento a ira dos caldeus continuou acesa, de modo que mais e mais membros da família real, e outros que serviram próximos ao rei, foram aprisionados e conduzidos a Ribla; e ali na presença de um rei imperdoável eram impiedosamente mortos.



Mas, não foi isto que ocorreu no caso russo? Depois do massacre dos Romanov os revolucionários continuaram aprisionando membros da família imperial e os enviando para Ekaterimburgo; e ali eram julgados e executados. E isto teve prosseguimento até o mês de janeiro do ano de 19, de modo que no período foram cerca de 20 os membros da família imperial que foram julgados e tiveram fim trágico nas mãos dos revolucionários que faziam guarda na região dos Montes Urais.

_____ Relata a Palavra de Deus que os filhos da rebeldia ficaram setenta anos em Babilônia expiando o seu pecado. Mas, ao final de setenta anos de cativeiro, então foram libertos e tiveram permissão de retornar para o lugar de onde foram tirados.

Mas, o que teria sido isto? Por ventura que o tempo de duração do Comunismo que foi realmente de setenta anos? Após esse período então a Cristandade foi novamente restabelecida ao seu antigo lugar?



Haveria alguma ligação entre o massacre dos Zedequias e o massacre dos Romanov? O fato de na profecia de Sofonias constar explicitamente: e vou voltar a minha atenção para os filhos do rei, teria sido isto? De modo que os infelizes já estavam com a sorte traçada muito antes de sua própria existência?



Vejamos o que diz o profeta Sofonias: Está próximo o grande dia de Javé. Está próximo e se apressa muitíssimo. O ruído do dia de Javé é amargo. Ali o poderoso, deixa escapar um grito. Este dia é dia de fúria, dia de aflição e de angústia, dia de tempestade e de desolação, dia de escuridão e de trevas, dia de nuvens e de densas nuvens, dia de buzina e de sinal de alarme, contra as cidades fortificadas e contra as altas torres de ângulo. E vou causar aflição à humanidade, e hão de andar como cegos; porque foi contra Javé que eles pecaram. E seu sangue será realmente derramado como pó e suas vísceras como fezes. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da fúria de Javé. Comparem agora com o que foi retirado da Wikipédia: As últimas a morrer foram Anastásia, Tatiana, Olga e Maria, que foram golpeadas por baionetas. [73] Elas vestiam mais de 1,3 quilos de diamantes, o que proporcionou a elas uma proteção inicial das balas e baionetas. [74]



Mas, é preciso este esclarecimento: Noubarus Gerson está falando do massacre dos filhos de Zedequias e dos filhos de Nicolau II estabelecendo uma ligação profético-escatológica entre os dois fatos apenas para cumprir com o seu dever de historiador e restaurador da verdade bíblica e histórica. Não sente nenhum prazer em fazê-lo, mormente que está falando de crianças inocentes e jovens que ocupavam aquelas posições por obra do acaso, de modo que não entende tanta ira tanto por parte dos caldeus como por parte dos revolucionários (certamente que Deus deve entender). Mas o assunto foi exaustivamente abordado porque, além do dever de ofício, por outro a ignorância humana tem cometido muita blasfêmia contra Deus e contra a Sua Palavra. Partindo de setores externos à Palavra de Deus até que é compreensível, mas partindo de homens e mulheres que tem a responsabilidade de zelar pelo que é de Deus e pelo seu nome, e o que vem de Deus eles rejeitam e amaldiçoam, então é preciso uma intervenção de Deus para que se tenha mais zelo e mais respeito com a Sua Palavra, que mesmo na morte é portadora da vida, sim, que mesmo na morte, que dele advém, é caminho para a vida.



John Acquila Brown. No ano de 1823 circulou em Londres o livro The Even – Tide (a noite) publicado por John Acquila Brown. Interpretando a profecia dos sete tempos que aparece no livro do profeta Daniel (4.16-17) Brown entendeu que este era um tempo profético de 2520 anos, ao final do qual o domínio político de Deus seria restabelecido. De modo que este longo período de 2520 anos representava o tempo em que a terra ficou sem governo divino, tendo sido o rei Zedequias o último governante do reino teocrático de Javé, uma linguagem que é muito usada pelas Testemunhas de Jeová. Tomando como base e ponto de partida a destruição de Jerusalém pelos caldeus, que ele datou no ano 604ª.c, então, segundo John Acquila Brown, o final deste período profético iria se dar no ano de 1917. No ano de 1917, portanto, o reino teocrático de Javé seria restabelecido e a magnanimidade de sua autoridade seria novamente reconhecida e respeitada.

John Acquila Brown foi verdadeiro na sua interpretação e no seu vaticínio?



Chama à atenção que algum tempo depois de Acquila Brown outro estudioso da Palavra de Deus, Charles Tasse Russel, no ano de 1870 foi também revelado que os sete tempos de Daniel representavam realmente um período de 2520 anos, tempo em que na terra não haveria governo teocrático de Javé, mas ao seu término, enfatizava Russel, o governo teocrático de Javé seria novamente restabelecido e seria este o início da restauração do paraíso terrestre. Apenas que Russel, influenciado por Nelson Barbour – que no ano de 1875 publicou no seu periódico Herald of the Morning (arauto da manhã) que o período dos 2520 anos acabaria no ano de 1914. Barbour partiu do princípio que a destruição de Jerusalém se dera no ano de 607ª.c e não 604ª como anteriormente afirmado por John Acquila Brown – sim, apenas que Russel, influenciado por Barbour, creu que o ano em que Deus iria restabelecer o senhorio do seu governo na terra era o ano de 1914. Tendo passado o ano de 1914 e nenhum acontecimento a indicar o aparecimento do governo divino da terra, a guerra que neste ano adquiriu proporções mundiais Russel a descartou, a verdade é que no ano de 1916, pouco antes de morrer, de forma confusa, começou a achar que o socialismo, que por todos os cantos da terra ameaçava irromper como nova forma de governo diferente de tudo que existia, pudesse ser o fenômeno real da profecia ou que estaria de alguma forma ligada a ela.



Mas, deixemos de lado Charles Tasse Russel e Nelson Barbour e voltemos a John Acquila Brown. Bem, o período dos 2520 anos se cumpriu mesmo no ano de 1917? O reino teocrático de Javé, representado nos reis de Israel, e que findou na destruição de Jerusalém por parte dos caldeus, sendo Zedequias seu último ocupante, ele foi restaurado no ano de 1917? Mais ainda, já tomando os acrescentamentos de Charles Tasse Russel, neste ano de 1917 começou mesmo a restauração do paraíso terrestre?

Ora, no dia 2 de novembro do ano de 1917 ocorreram dois acontecimentos de grande monta que podem estar intimamente ligados ao vaticínio de Brown. E quais foram eles? A assinatura da Declaração Baulfour e a “assinatura” da Revolução. Neste dia tanto o chanceler britânico Lord Balfour assinou a histórica Declaração Balfour, que outorgou de forma oficial ao povo judeu o direito de retornar à Palestina e construírem ali para si um “Lar Nacional”, deixando de andar peregrino e de ser enxotado de nação em nação, como também Lênin e os líderes bolcheviques decidiram pela realização da revolução, de uma revolução que iria dar aos trabalhadores um “Lar Nacional”, o socialismo, com eles deixando de ser oprimidos pelos patrões e de ser enxotados de emprego em emprego.

Como analisar que o socialismo irrompeu na terra, mesclado, misturado, indissoluvelmente ligado ao judeu? A tal ponto que não somente foram tanques soviéticos que derrubaram os portões e muros dos campos de concentração nazista e libertaram os prisioneiros judeus como foi os soviéticos o responsável maior pela criação do Estado de Israel em 48? Estados Unidos ficou do lado da Inglaterra que apoiava os árabes em sua luta contra o recém criado Estado de Israel, mas a União Soviética lhe deu apoio decisivo, não só diplomático (os Estados Unidos se absteve) como também foram armas comunistas postas em suas mãos razão de sua vitória?



Como explicar que não somente líderes importantes da revolução eram judeus, como Marx e Trotsky, ou meio-judeus, como Lênin, mas também o Conselho dos Comissários do Povo, instância máxima de poder da Revolução, das suas 556 cadeiras nada mais nada menos que 457 eram ocupadas por judeus? Sem falar, claro, no embrião do socialismo que foi construído pouco antes pelos judeus, os kibutzins? E podendo ser acrescentado até mesmo os “pogroms”, feito pelo Czar contra os judeus, pois entendiam que os judeus eram a causa da revolução e da desordem, e acabar com os judeus era acabar com eles?



Segundo George Riffert no seu livro A Grande Pirâmide de Gizé o comunismo foi gestado no ventre da Liga Judaica. Simplesmente saiu das entranhas do judeu. Isso é verdadeiro?

Bem, John Acquila Brown foi verdadeiro no seu vaticínio? O que teria de fato acontecido naquele ano de 1917 ligado aos mistérios profundos da Palavra de Deus?



Ora, o que aconteceu neste ano de 1917 foi tão-somente que se deu o aparecimento DO FRUTO DO REINO e a sua respectiva SEMENTE. O fruto do Reino sendo o judeu Marx – personificado no triunfo do socialismo – e a sua semente, Abraão, personificado no Sionismo, o que explica a revolução – movimento de emancipação da classe trabalhadora – e o sionismo – movimento de emancipação do povo judeu – ter se manifestados juntos, entrelaçados entre si, pois quê o fruto quando se manifesta trás dentro de si sua respectiva semente, que ao seu plantio desaparece para dar lugar a arvore, mas que no final do processo reaparece junto ao fruto.



Mas, como a semente possui em si dois gametas, e eles são a causa do fruto e se acham presentes nele, sendo a carne do fruto o resultado do seu gameta masculino e o seu sabor específico e docilidade no seu lugar amargo o resultado do seu gameta feminino, ora, a verdade é que tanto a semente do Reino, o judeu, como o seu fruto, o socialismo, se manifestaram carregando ambos a sua negação. A sua negação dialética, sendo a negação do socialismo o cristianismo e a negação do judeu o palestino. Depois de choques e entrechoques o final é que iria dar-se entre eles a reconciliação, com o socialismo se reconciliando com o cristianismo e o judeu se reconciliando com o palestino, osso do mesmo osso, uma só carne, um só espírito. E podemos dizer que esta reconciliação já foi divisada no horizonte pelo espírito, estando a caminho já o seu processo no aguardo de consumação: por um lado a Escola de Frankfurt – movimento de judeus marxistas que principiou a uma reconciliação do marxismo com o cristianismo – e de outro os acordos de paz firmados por Yitzac Rabin e Yasser Arafat no ano de 93, em Oslo, e que eram preâmbulo para a completa harmonia entre os dois povos a ser conseguida proximamente.



Ora, sabemos que os vaticínios sobre os sete tempos de Daniel apontavam para um período de tempo de 2520 anos ao final do qual Deus iria restabelecer o senhorio do seu governo teocrático, sim, sabemos que seus vaticinadores mais exaltados, em especial Charles Tasse Russel, foram claros de que este governo teocrático não era tão somente o renascimento da nação de Israel, mas, muito mais, o estabelecimento do governo de Deus que iria iniciar todo um trabalho para a construção do paraíso terrestre, em todo o orbe terrestre pois quê no princípio tudo estava nas mãos de Deus. Não iria reiniciar-se o mesmo ciclo, mas seria um novo tempo, em que a presença de Deus não estaria mais presente e limitada a uma única nação, mas seria presença universal. Ora, façamos a pergunta: o governo socialista que foi vitorioso naqueles anos de 1917, 1918 e 1919 a sua forma de governar era então já a construção deste paraíso terrestre? Como o profeta Isaías descreveu o início da construção do paraíso terrestre? “Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. Mas exultai e jubilai para todo o sempre naquilo que estou criando. Pois eis que crio Jerusalém como causa para júbilo e seu povo como causa para exultação. E eu vou jubilar em Jerusalém e exultar pelo meu povo; e não se ouvirá mais nela o som de choro, nem o som dum clamor de queixume. Não virá a haver mais um nenê de poucos dias procedente daquele lugar, nem ancião que não tenha cumprido os seus dias; pois morrer-se-á como mero rapaz, embora da idade de cem anos; e quanto ao pecador, embora tenha cem anos de idade, invocar-se-á sobre ele o mal. E hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos (...).” (Isaías 65.17-25) (O grifo foi meu).



Claramente o profeta Isaías está contrapondo dois sistemas sociais, um em que aqueles que plantam e constroem não comem e não moram, mas outros no seu lugar comem e moram que é entendido de forma clara como constituídos daqueles que não plantaram e não construíram.



Ora, esta forma de governo pela primeira vez na História se deu com a revolução socialista. Ela suprimiu a figura do proprietário de mão de obra de modo que aqueles que plantavam e construíam o faziam para si próprio. Tanto é que no socialismo a falta de moradia e a falta de comida foram resolvidas. E quando o profeta Isaías está descrevendo este reino futuro, a ser trazido por Javé, e diz que os escolhidos de Deus “usufruiriam plenamente do trabalho das suas próprias mãos” é claro este novo sistema social ser o socialismo, pois nele não há a figura do capitalista para extrair mais-valia do trabalho do trabalhador. Ele usufrui plenamente do trabalho de suas próprias mãos. (Para aprofundar a questão ver a parábola que aparece em Mateus 20 onde Jesus lança mão de símbolos para, através deles, descrever o reino futuro de Javé).



Como foi dito que se cumprindo a Palavra de Deus, e não a palavra do homem, então naquele final do ano de 1917 se deu este cumprimento profético, Daniel, Sofonias – mas também profetas modernos que foram usados pelo Deus que não faz nada sem antes revelar aos seus escravos, os profetas, e estamos falando de John Acquila Brown e até mesmo de Charles Tasse Russel – de modo que Deus restabelecia a sua soberania e a sua autoridade política a partir tanto do socialismo como do sionismo (mas socialismo e sionismo ainda na existência de negação, tese e antítese, ainda não síntese, de modo que o socialismo era Esaú desligado e sem a complementação de Jacó, Cristianismo, e o sionismo era Jacó desligado e sem a complementação de Esaú, Palestino; mas, na síntese, iria haver a completa reconciliação, o socialismo iria reconciliar-se com o cristianismo, deixando de ser Esaú este e deixando de ser Jacó aquele para agora os dois serem Isaque, e agora no corpo e na figura de Isaque se porem à construção do reino da liberdade concreta em que cada um tem segundo as suas necessidades, e o mesmo se dizendo de judeus e palestinos que agora no corpo e na figura de Isaque iriam pôr-se realmente à construção da Nova Jerusalém, Nova Jerusalém esta que será mesmo a capital desta terra construída por cristãos e marxistas, e é uma cidade assim, não tem qualquer barreira de divisão e de separação, mas é cidade livre, em que judeus e palestinos, bem como cristãos, atravessam-na de lado a lado sem haver que os interrompa e indague: para onde vais, ora, sendo assim, vamos fazer mais uma análise para que a questão se torne ainda mais madura na mente e no coração daqueles que são limpos de mão e puros de coração (Mas, antes de prosseguir, é preciso esclarecer: não que deixam de ser Esaú e Jacó para ser Ismael, desse modo adquirindo uma nova identidade espiritual. Não, mas o seu sentido profundo é que evoluem, amadurecem e acabam, pois, descobrindo no outro a sua complementação. A sua geminilidade. De modo que se reconciliam e começam a transitar entre si NA MEDIAÇÃO DE ISAQUE!). Prosseguindo. Bem, o fato de que os bolcheviques quando fizeram a revolução e já estavam longe na construção do socialismo e as nações imperialistas da terra inteira invadiram a Rússia revolucionária por todos os flancos para impedir o recém-criado estado socialista e esmagar a revolução, trazendo assim o seu povo de volta à casa dos escravos, quatorze nações, as nações mais seletas, Turquia, Japão, França, Inglaterra, Estados Unidos, querendo impedir o nascimento do recém estado socialista e o esmagar – mas foram esmagadas pelo poder revolucionário, perecendo nas águas do seu Mar Vermelho espiritual –, ora, este fato, que é da mesma essência do fato ocorrido com o nascente estado de Israel, em que as nações árabes avançaram sobre ele para destruí-lo e o esmagar, mas foram derrotadas – bem, esses fatos têm alguma relação entre si, relação que diga respeito aos profundos mistérios da Palavra de Deus? Afinal não somente a mão do judeu foi auxílio ao poder revolucionário na conquista do poder e na sua luta contra o imperialismo como a mão do comunista, trinta anos depois, foi auxilio na criação do Estado de Israel...



Mais fatos esclarecedores. Ora, fazendo leitura da profecia em que Daniel faz menção dos sete tempos (4.25), se deduz que ao seu cumprimento Deus estabeleceria no reinado ou começaria o seu reinado a partir de um povo humilde, pois, contrapondo o orgulho e a soberba de Nabucodonozor, é dito: até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser até mesmo que estabelece nele o mais humilde da humanidade. E esta dedução ganha verossimilhança quando ao vaticínio de Daniel é agregado o vaticínio do Magnificat, clarividente sobre a questão, que aparece em Lucas 1.46-53, claramente inspirado nas palavras de Daniel, pois quê veja-se o que diz o Magnificat: “(...) Ele tem agido valorosamente com o seu braço, tem espalhado os que são soberbos na sua intenção de coração. Tem derrubado de tronos homens de poder e tem enaltecido humildes; tem plenamente saciado os famintos com coisas boas e têm mandado embora, de mãos vazias, os que tinham riqueza”.



Façamos a pergunta: uma vez que a revolução se deu a partir do proletariado, realmente o mais humilde da humanidade, homens e mulheres rudes, analfabetos, que não possuíam nada senão a sua força de trabalho, e não tinha nada a perder senão as algemas sobre as suas vidas, e há o relato sobre o marinheiro Krilenko, membro do triunvirato encarregado da defesa da marinha, que ao datilografar as suas ordens revolucionárias concernentes ficava com o indicador procurando as letras no teclado máquina, como se diz no jargão popular: catando milho! ... Um toque aqui outro ali.... E assim ia aprendendo o ofício de datilógrafo... Sim, o fato da revolução, ter sido feita pelo proletariado seria mais uma prova contundente da origem divina do Marxismo e da Revolução? Foi Javé que estabeleceu o proletariado no poder e no tempo designado?

Como última indagação – e perguntar não faz mal a ninguém: uma vez que o advento da revolução socialista foi cumprimento da Palavra de Deus, se cumprindo até mesmo nos mínimos detalhes, como Isaías 53 se cumpriu em Jesus até nos mínimos detalhes, ora, como explicar que os sacerdotes da Cristandade sempre amaldiçoaram a revolução comunista, vendo-a como obra do homem pecador? Maldição que proferiram contra ela que faz lembrar as maldições proferidas por Balaão contra o povo recém-saído da escravidão, contratado pelo rei Balaque, para uma recompensa, como aparece na carta de Judas? Os sacerdotes da Cristandade seriam tipos dos sacerdotes de Judá, seus arquétipos? De modo que o espírito que esteve naqueles era o espírito que estava nestes?



Certamente que muitos irão refletir, caindo de joelho perante Deus, clamando as suas misericórdias e o seu perdão, procurando conhecer mais os acontecimentos da História na mediação e interpretação da Palavra de Deus e não mais no interesse e na interpretação dos homens.



Como indagação, vejamos o que diz Daniel sobre o sonho do rei Nabucodonozor sobre a arvore que nasceu pequena mas que cresceu sendo vista de todos os lugares da terra.frondosa que teve

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