Coroas para Henrique: Suicide Notes
Para Henrique Emidio
Ó homem elefante,
De corpo coberto de cicatrizes interiores.
O tempo passa devagar.
A cidade tentacular devorou o poeta.
Suas epístolas, seus coríntios, tudo boiando na sarjeta.
E o poeta um mendigo assaltado,
Certa mente suicida.
Elephant man, você me enganou com seus advérbios.
Prometeu blognovelas não cumpridas, além das vividas.
As palavras agora morrem na minha boca.
Vomito esses cadáveres só por amarga insistência.
Recolho suas próprias palavras para fazer o meu poema.
Te insulto para que você volte do abismo sujo de seu nada.
Pois em sua morte me recuso a acreditar.
Também não sou seu amigo.
Emocionalmente pesado,
Você sentia tudo muito profundamente.
Tudo que eu gostaria era te dar um abraço como num filme francês e chorar.
No céu de Minas passam anjos a jato.
& eles levam sua mente exilada no corpo de poeta
Ouvia atrocidades no rádio.
O dia em que as fórmulas fracassam chegou.
Seu corpo mais seu espírito não combinavam.
Cedo, muito cedo você voltou pra casa, pro nada, pro lugar de onde veio.
E agora nós sabemos que esse lugar não fica em Minas.
Você escapou como uma porção de água entre as mãos crispadas
Na fonte da vida.
Um comentário:
Um triste e belo desabafo...
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