Vi a entrevista do Carlos Herculano Lopes no Jô e não gostei muito. Papai tinha aqui O Sol nas Paredes, primeiro livro dele, de contos.
Achei que, talvez intencionalmente, frisou a imagem do mineiro como um sujeito roceiro, andando de ônibus, catando curiós para vender, vendendo um queijinho aqui, outro ali, entre um artiguinho e outro no Estado de Minas. Deu a entender que talvez ele ganhe mais com os queijos e curiós do que com as crônicas que ele agora está lançando, entre uma viagem com passageiros de pés fedorentos (parece que ele trata de chulé) e outra.
Deve fazer parte da imagem que ele quer vender. Nos anos 90, tive contato pessoal com ele a propósito do lançamento da resenha de O Ajudante, de Robert Walser, traduzido pelo Zé Pedro Antunes. Carlos Herculano sapecou o texto assim: "Chega, com cem anos de atraso ao Brasil, o texto de Robert Walser..." Zé Pedro reproduziu a resenha, mas percebendo o exagero provinciano (Walser é pouco conhecido até na Suíça) suprimiu esse intróito.
Um comentário:
Cuidado, hein, meu chapa.
Inveja mata. :-)
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