quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pedro du Bois

SOSSEGO

Posto em sossego duplico dúvidas.

Realizo o sonho de estar sozinho. Prospero

a idéia de estar perdido. Evoco o vento

sobre o telhado e me deixo ao ínfimo:

sou da perda o compasso riscado

em geografias. Passo em gestos

o destino em consideração a morte

abstraída ao amanhecer.

Em sossego esqueço o fogo: queimar

o corpo na lentidão da entrega. Afeição

e afeto. Discreto, sigo o caminho.

A solidão me objeta a presença e da imagem

não percebida o sossego me amedronta

em impessoalidade e desprezo.

(Pedro Du Bois, inédito)

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