Eu estou acompanhando, interessado, as novidades do caso Paula. Li uma entrevista inacreditável com o pai de Paula, dopado, em estado de choque, sendo atacado por questionamentos apimentados, crivado de perguntas por um jornalista implacável...
Foi um show. Um advogado chumbado de remédios enfrenta o Grande Inquisidor. A mídia brasileira deu a notícia do ataque dos neonazistas a Paula em tom de denúncia para o governo fazer alguma coisa. O governo fez, mas agora a coisa se voltou contra ela. E tudo são os anônimos que fazem: uma anônima passa um ultrassom falso para a Época, um anônimo dedura numa revista suíça que Paula já confessou a auto-flagelação (!). É preciso tirar Paula de lá. Mas aqui, a imprensa furiosa quer um desmascaramento. Quer retirar a confissão de Paula, ao som dos úteros em fúria do solo da mãe cruel. Paula, em meio a uma queda de braço entre os que apoiam a política exterior do governo e os que não apoiam, entre o "partido do povo suíço" e a dura verdade: o SVP é ligado a neonazistas. Um cartaz contra o asilo político aos imigrantes, numa foto, trazia a seguinte pichação: "Asilo para Blocher no Terceiro Reich". E a sigla SVP fora pichada. Será que eles prenderam a Pivetta?
E cadê os skinheads de Zurique? Neonazistas, zuruck! Eles agora são fantasmas que ficaram invisíveis. Por que me ufano do meu chocolate com cruz gamada? Porque o cacau é da Bahia?
Agora a Paula, por ter aplicado o "golpe da barriga" na imprensa do Brazyl e do mundo, virou uma das górgones. As górgones da mídia: Medusa, Megera, Medéia e a Mocréia da Paula...
Será que o bispo católico-fascista-barroco argentino acredita que morreram somente cem mil judeus mesmo? Ele deve achar que quem diz que foram seis milhões é que são delirantes. O mundo está em delírio, deve pensar ele, precisamos discutir os números da morte. E por que Bento XVI se apressa em perdoar? Será que ele também gosta de pensar que "é puro ecstasy", como canta o Skankamlet, aliás uma forte maconha sueca...Minas deve bem sucedido grupo musical à maconha escandinava e eles nos devem a revolução industrial inglesa, como via Marx no porto de Liverpool em Das Kapital.
O temor dos conservadores tem fundamento: a shoah pode ser posta na conta do capitalismo imperialista. Foi extensamente documentada, filmada. Isso foi essencial. O Gulag soviético não deixou quase nenhum registro imagético. Numa sociedade que exige registros imagéticos, o Gulag e os massacres stalinistas não possuem o mesmo peso. Os soviéticos não queimaram o filme...Tem gente que garante que o holocausto é tudo fake, tudo uma gigantesca "instalação" coletiva judaico-alemã. Será então que o que a Paula fez foi "body-art"?
E Nietzsche pende como uma bisteca no azougue existencial. O Brasil vira um falo-estaca no coraçao do Vampiro da falta lacaniana/calligariana. Nas escolas de samba, conflitos entre travestis e homens fazem nascer um terceiro banheiro. O terceiro sexo? Banheiro transgêneros? Se fossem conflitos entre brancos e negros e se criasse o banheiro dos negros e mestiços, diriam: já começou a segregação. Mário de Andrade dizia: "I´ll never be in color line land..."
Eu gostaria de entrevistar o Alberto Dines dopado e depois de ver umas cem horas de filmes sobre a shoah num quarto branco, para citar as sacanagens que Boninho & Bial estão fazendo com os participantes do Big Bode Brasil Nove.
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