quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Saco do Estado de Minas, Propagandas, Nietzsche, Breuer, Sex Chocolate Factory, etc.

Eu gostaria de montar uma peça inspirada na Chocolate Factory, livro infantil tornado sucesso graças a dois filmes. Seria Chocolate Factory para adultos. Seria perfeita para esse nosso tempo de crise: os empregados falariam sobre a possibilidade de serem mandados embora, por exemplo. O público seria seduzido com o queijo Minas e o doce de leite exsudando de falos e vaginas, podendo também interagir e chupar pirulitos e chupetas eróticas, enquanto o subtexto seria essa nossa nova depressão sinistra. Um misto de Abu Ghraib e Beto Carrero World, Guantánamo & Disney.

E uma cena seria especialmente interessante: os participantes brasileiros poderiam marcar seus próprios corpos com chocolate quente, com símbolos a escolher. Um cara vestido de conde Drácula ficaria servindo mapas da Suíça em forma de chocolate. Os brasileiros comeriam ao som de Taí, eu fiz tudo para você gostar de mim, vestidos de corvos ou de ovelhas negras. Tudo seria filmado e televisionado para a Suíça, para que eles possam viver sua purgação, sua encenação, seu novo affaire Dreyfus.

Há muito gostaria de comentar duas propagandas: uma é do Estado de Minas. Um cara vestido de saco comenta: eu até que tinha conteúdo, mas eu era um saco (e ele aparece com saco de papel na cabeça). Depois ele assina Estado de Minas e passa a ter contato com as novidades dos times mineiros e outras mineiridades. Mas ele continua a ser um saco! Estado de Minas, dê no saco! Diplomas não servem para nada: escrevi na Cult, caderno Pensar do Estado de Minas, Revista Discutindo Filosofia, etc. Tudo de graça. Muito obrigado a todos pela oportunidade: obrigado João Paulo, Dayse Bregantini, Mariana Berger, isso não é uma crítica, é só uma reflexão: gostaria de viver, também, de brisa.

A outra propaganda é de cerveja. Nela, o cara fantasia se as mulheres fossem diferentes...e daí elas passam a se comportar como...homens. Ah, se as mulheres fossem homens, é a mensagem que ficou no final da propaganda. É como um texto que fiz a partir do Miramar do Oswald. Num diálogo, o poeta parnasiano Fíleas comenta a respeito da personagem Rolah: "-Ah, se todos os homens e mulheres do mundo possuíssem Rolah!"


Estou lendo Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom. Ele imagina o encontro entre Joseph Breuer e Friedrich Nietzsche, romanceando o encontro (que na realidade não ocorreu no final do século XIX) entre a filosofia nietzschiana e a psicanálise. Num dado momento, Nietzsche fala para Breuer, invertendo os termos e virando o terapeuta, algo como: vocês judeus reprimem sua raiva, pois para os judeus, reprimir a raiva é questão de sobrevivência. Breuer, por sua vez, nota que o tom de Nietzsche era belicoso e estridente e pergunta para quê gritar, se sua personalidade mesmo era suave e cavalheiresca, em contraste.

Um comentário:

Henrique Hemidio disse...

Quando Nietzsche Chorou é legal.