A Vida Nas Grandes Cidades Contemporâneas
Nas grandes cidades, queremos ser felizes por um tempo, por um certo tempo. Uma geração perdida no espaço. Nenhum anjo nascido no inferno podia quebrar este encanto...Eram os filhos de Marx e da Coca-Cola. E restou a nova direita, restou só a Coca-Cola. Tome suas pílulas de proteína...Este será o dia em que morri...
Os mundos não acabam, ficam sepultados uns sobre os outros. Por isso na grande cidade estão sepultados os mundos mortos. Ariel, Ucla, vamos! Tanto se foi, há pouco de novo. QVL: a carta tem o coringa, Lênin tem influências de Marx. Sinal fechado. Este será o dia em que morri. Mas não tem nada não.
Morangos mofados, “la solitudine”, uma Meca laica surge
Quero dedilhar a lira da amada, a TV regurgita lixo. Os nenúfares de Monet
Let’s play that: “vamos brynkar de yndyo, mas c/ mocynho vencendo no final”. Estrebucha! Maga de chiclete, bruxa neomaga de consumo, pernas abertas para celebridades lúbricas, Pelé e Ayrton Senna compartilhando o sexo da vedete repleto de purpurina. Angiosperma é o esperma do anjo. O crioulo do Grapete não liga para a chacrete. Cuidado com a província do Kossovo, é a caixinha falante ruminando lixo e arrotando luxo.
Vale-tudo: ofidosofia? Palavra-valise: sub-urbe tola, doente e cretina. “É preciso evitar Mallarmé!”, dizia Mário de Andrade. Entre o nô & o pornô: Estrebucha entreabre as pernas, deixando ver a úmida xoxota. Diz Duchamp: você já enfiou a medula da espada no aquecedor da amada? Cho-cho-que. No(é) do pingo d’água. A falência da falycydade. Abuse & use, bullshit or not, komunystas mais ortodoxos que o rótulo da Maizena têm 88 militantes dispersos em Minas, e Minas é maior que a França. Yes, it is, it’s true. Ah, como é bom jogar pingue-pongue com o abismo!
Sol Pedra Rocha na Taba do Chefe Branco
(Ou A Vida nas Grandes Cidades Contemporâneas)
Sol Pedra Rocha viera a Brasília para o dia dele. A taba do chefe branco era a taba que mais queria ver. Sol queria gritar para chefe branco ouvir, levantar papel para os caciques dos brancos verem.
-Brasília-disse Sol-é que nem o céu, tem umas estrelas que desceram, uns ouriços espinhudos brilhantes, e cada oca é muito longe da outra.
Sol se hospedou com outros índios numa oca muito apertada. Não ficava lá não, saía para outras ocas onde se podia trocar papel colorido pelo cauim dos brancos. O cauim dos brancos era uma bebida que faz a gente ficar pisando nas nuvens, como se não tivesse problema nenhum. As ocas que chamavam “bar” tinham sempre muitos brancos em roda tomando o cauim deles.
Tinha também a oca barulhenta, tinha lá uns tambores zumbindo que nem abelha, que faziam as brancas balançar. Sol saiu para a oca barulhenta com outro índio, o Tibiqüera, e disse para ele, quando saíam:
-Branco gosta demais dar conta do xacundum, e o zum-zum deixa a gente surdo.
-Amanhã a gente volta? As brancas ficam aí... Disse o danado do Tibiqüera.
-Não volto na oca-boate mais não.
Sol gostava de Brasília às vezes sim, às vezes não. Um chefe branco tirou Brasília do chão, disseram para ele. Ali tinha rio de leite e mel, e os brancos escolheram e um chefe branco tirou dali uma cidade inteira, como se fosse de dentro da pedra. Uns dizem que teve de lavar a pedra com o sangue dos brancos, só assim a cidade ficou pronta. Neste dia rezaram missa, imitando o dia em que branco chegou aqui no Brasil, que antes o índio chamava de Pindorama. Índio achou que branco era fantasma, no tempo dos quinhentos.
-Aqui na taba de branco tem umas onças-pintadas bravas, passam por cima de índio, de branco, de todo mundo. Passam por cima e matam mesmo.
-Não é onça não-disse Tibiqüera-é carro.
-Chefe branco não acaba com as carronças, um chefe branco falou que ia acabar, mas aí ele roubou e tiraram ele.
-Você está fazendo confusão-replicou Tibiqüera.
Sol achava as máquinas dos brancos cheias de ziquizira. Tinha uma que, se o branco batesse nas conchinhas brancas com risco preto, caracol abria a boca e cuspia papel colorido, com cara de cunhã pintadinha que era uma beleza, e branco fazia festa comprando uns troços bonitos e umas gostosuras com o papel. Sol tentou tirar papel, custou a passar pela água dura, transparente, fincada na entrada da oca. Sol não conseguiu que o caracol abrisse a boca pr’ele não.
As cunhãs brancas, as filhas da mandioca eram bonitas mas usavam uns uluris que tapavam tudo. Sol pedia para ver, elas não deixavam, davam uns gritos e chamavam os brancos guerreiros; Sol tinha medo do tacape e da cana de guspir fogo que tinham os guerreiros brancos e sumia rápido.
Sol gostava de apreciar umas ocas que tinham papel colorido e folha cheia de pintinha preta. Tinha, nestas ocas pequetitinhas, muito branco pintado na folha, mas branco assim sem uluri nem nada, com tudo de fora. Sol ficava vendo as brancas sem nada, já que as de verdade não conseguia pegar. E tinha folha com branco fazendo.
-Branco que não faz-disse Tibiqüera para Sol-quer ver os outros fazer.
Sol achava difícil, era engraçado que branco na rua usava pena, cocar, uluri, tudo quanto é enfeite. Ainda por cima, nas folhas pintadas, branco fazia de tudo, tinha branco atrás de branca, fazendo, e tinha branco atrás de branco, fazendo também.
Naquele dia, quando Sol cansou de olhar as ocas-bancas, queria voltar para a oca, Tibiqüera tinha tomado cauim-cachaça e voltado, e Sol viu que Jaci, que os brancos chamavam de lua, e diziam que já tinham pisado nela, estava lá no alto. Os caixotins dos brancos quase encostavam a testa lá
Daí chegaram uns curumins brancos em cima da onça-carro, e de dentro dela saía um canto barulhento, um xacundum que nem na oca-boate. Os curumins eram que nem Anhanga, que nem o Caapora, jogaram agüinha nele. Sol acordou e xingou os curumins, chamou eles de galegos-de-água-doce, mandou eles irem embora. Eles não foram e ficaram rindo. Um acendeu um foguinho na madeira e jogou, a agüinha pegou fogo. Sol virou um fogaréu danado. Tupã levou a alma do índio embora, teve jeito não.
Aí, no dia seguinte, as folhas coloridas e pintadinhas falaram. Todo mundo ficou com cara de quem chupou fruta verde,
Ulisses, o Rei de Dyvynopolys
O rei Ulisses saiu de Dyvynopolys amaldiçoado pela Vênus Platinada. A deusa estava com inveja da felicidade do casal real divinopolitano; a Vênus encantou Penélope Charmosa, esposa de Ulysses, aprisionando-a dentro da TV, onde ficava girando eternamente numa corrida de fórmula 1. Desesperado, banido pela deusa, Ulisses saiu pelo oeste de Minas em busca do santuário da deusa, onde faria sacrifícios para satisfazê-la.
Ao chegar à cidade vizinha de Arcos, Ulisses procurou o santuário da deusa, mas se deparou com uma caverna. Ao adentrá-la começou a escutar os terríveis versos: “Suga a energia do planeta baixo astral!” Em meio a duendes estava Xuxirce, gritando e dançando sem parar. Ulisses tirou sua espada e interpelou a bruxa:
--Xuxirce, como vou tirar Penélope Charmosa da TV?
Sem responder, Xuxirce começou a tirar a roupa. Ulisses, tentado, viu os seios túrgidos e a penugem loira de seu sexo. Ao amanhecer na cama de Xuxirce, Ulisses a deixou e partiu para Pompéu. Xuxirce, furiosa, enviou uma nuvem de mosquitos da dengue para perseguir Ulisses na viagem.
Ao chegar em Pompéu, Ulisses viu que a cidade estava decadente, vivendo seus últimos dias. Resolveu procurar o tirano que era o causador daquilo tudo. Ao entrar em seu palácio, Ciclopelé se mostrou impaciente, pois Guilherme não conseguira fazer o centésimo gol no último jogo do Atlético Mineiro.
--Ele até foi substituído! Lamentou Ciclopelé com Ulisses, enquanto o som torturante berrava, na máxima altura, um verso de uma canção bizarra que dizia como refrão: “só não pode acabar com as muié/Nós é doido com muié/Nós não vive sem muié”.
Ulisses, que detestava futebol, na mesma hora furou o olho do Ciclopelé, que deixou cair a toalha e foi para o vestuário. A seguir, roubou um dos carros importados do tirano e saiu da cidade aplaudido pelo povo, mas perseguido pelos guardiões do palácio de Ciclopelé: Romaryo e Daryo. Já no meio da BR, Ulisses se lembrou que não sabia dirigir. Parou o carro e foi cercado por Romaryo e Daryo. Vendido como escravo em Luz, uma cidade próxima, Ulisses conseguiu que o filósofo mais famoso do local, seu amigo Andrius Filipus, o comprasse e soltasse. Andrius em seguida consultou o oráculo e disse a Ulisses que o santuário da Vênus estava no Botanyk Garden, numa cidade distante chamada Ryo de Janeyro. Andrius também recebeu da pitonisa a seguinte frase: “No futuro, todo mundo será Che Guevara por quinze minutos”. Andrius aconselhou Ulisses a retornar a Dyvynopolys. Ao pegar o ônibus, Ulisses bateu palmas para matar os mosquitos da dengue que insistiam
Ao chegar a Dyvynopolys, Ulisses comprou um revólver e atirou na primeira TV que viu. E repetiu o gesto com todas as TVs da cidade, evitando assim ver Penélope Charmosa em seus eternos giros na corrida maluca e fazendo o sacrifício das TVs para a deusa. Acidentalmente, Ulisses atirou também na TV de Nerykus, filósofo e vice-rei de Dyvynopolis. Assim, Nerykuys pôs fogo em Dyvynopolys, para desespero de Ulisses, enquanto cantava uma canção de Bob Dylan:
Às vezes você tem que fazer como Elvis fez
Dar tiro na TV, acabar com tudo de uma vez.
Um comentário:
sou daryo ser o santuario de venus e um sigino tenplatico pode ser quer os arianos erans tenplarios do darío riogan com 3 estrela dos reis no egito era uma decoberta numa gerra gando um faraó destruio todos ater eles
que são os deuses faraó mais o olho que tudo ver no piranmites tem o olho que tudo vem que escondia na epoca ai destruio acarbor esse trosso de poder então o olho que tudo ver foi selado que fez as 6 parte dar estrela dar morte e essa 6 parte ser reunir vai vou tar os faraó em cada piramite do egito tem uma parte e o decelamento esta no rio nilo ai os tenplario voutara retara os daríanos e ar guerra vai começa em 2025 ser o olho que tudo ver ñ ser completada sor isso para voutar o reino
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