sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Philip Glass, Gerald Thomas, Pasquale, etc

Thanks for Patrick Grant: ele postou um excelente vídeo de Phillip Glass falando sobre Gerald Thomas. Basta entrar no blog do GT aí ao lado. Patrick sometimes is here reading this blog. Sometimes I go to myspace to hear Patrick´s wonderful music. I´ll put a link here.

Ainda não tive tempo de traduzi-lo todo, mas as primeiras frases dizem mais ou menos o seguinte (transcrio livremente):

"Muitas das peças de Gerald são paixões: paixões engraçadas, românticas, religiosas, populares, elas se colocam no limite tênue entre paixões trágicas e o ultrajante, o que para ele é confortável. Gerald é um tipo de pessoa que faz tudo no teatro, atua em várias posições enquanto encenador, ele sentiu realmente o chamado de uma vocação. Essa definição do teatro (enquanto algo entre o trágico e o ultrajante) é uma definição que serve bastante ao teatro de Gerald.

As obsessões de Gerald são sobre realizar uma vida no teatro. Ele só parece apaixonado por tudo. Toda face da vida tem ligações. E todas são...ligadas ao teatro, no caso dele. Existem ligações da vida dele ao teatro que talvez ele mesmo nem saiba que existem. (Nós) somos amigos há muito tempo numa boa convivência (...). Fizemos muitas peças. Mattogrosso foi realmente uma peça musical para teatro. Tivemos uma peça, uma orquestra e um produtor. Nós trabalhos em outras peças, Gerald também escreve as próprias peças. O mundo dele é muito próximo do de Beckett. Ele é um maravilhoso designer, ele imagina cenas maravilhosas (...). O mundo de Gerald é muito próximo do de Beckett e de um diretor de cinema. O episódio em que ele mostrou a bunda foi bem beckettiano. Foi um momento de livre-expressão e eu o apoiei. Tem também a ver com uma passagem de Molloy onde existe uma fala que trata de um bundalelê. O teatro dele é um teatro de adrenalina. Ele vive na margem da excitação. Ele quer uma reação (do público).Ele não se importa muito, ele quer uma vida com o público, com a mídia. Sua vida toda está no teatro.



Depois, passam algumas imagens (deslumbrantes) da peça Mattogrosso.

Voltarei a esse vídeo posteriormente.

Lendo a Folha Online, fico sabendo que o professor Pasquale é contra o acordo ortográfico. Pfui. De quê adianta resistir até 2012 na antiga grafia? Por que não instruir, didaticamente, aos leitores da Folha sobre o acordo e praticá-lo? No blog do Caetano, um colega responde que encontrou Pasquale em Santo Amaro e lhe perguntou sobre o acordo. Pasquale, "ameno", respondeu: "não gosto daquela política". De que política será que ele está falando? Será que ele associa o acordo ao Lula? Ou não gosta de nenhuma política que simplifique o uso do hífen, retire um elemento desnecessário tal como o trema, além de outros pontos, tais como o uso das maiúsculas, que efetivamente racionalizam e simplificam a língua escrita? A entrevista dele no uol educação começou sob o signo da confusão entre "acordo" e "reforma" que a mídia tem promovido. Ele começa dizendo que o que se passa é um acordo e não uma reforma. Ele é totalmente contra uma reforma da língua escrita no sentido de oficializar algumas formas do português brasileiro, pelo que dá a entender. É uma pena, pois o uso que ele faz da música popular e das referências cotidianas fazia esperar outra coisa. Os linguistas dizem que Pasquale, na realidade, é mais conservador do que os gramáticos da geração anterior. E estou inclinado a acreditar.

Eu vi com desconfiança a leitura que ele fez de uma canção do Caetano, Língua, na Cult de alguns anos atrás. Parece-me que, de fato, nessa canção Caetano quer falar de sua trajetória, levando suas idéias incríveis para a canção popular e não para a filosofia e deixando para esse gesto a irônica afirmação de que "está provado que só é possível filosofar em alemão". A frase foi atribuída a Heidegger, mas não pude encontrar referências a ela na biografia do Rudiger Safranski, Heidegger, o mestre da Alemanha. E, aliás, Groza, meu analista, me disse que ela foi desdita no nascedouro por Lacan.

Por que não reconhecer os benefícios para o Brasil da unificação das ortografias? Pasquale se coloca na posição da velhinha de Taubaté ou daquele japonês que ficou sozinho numa ilha achando que a guerra mundial ainda estava rolando.

Ele acabará, assim, confirmando a acusação de conservadorismo que lhe atribuem os linguistas.

5 comentários:

John Hemingway disse...

Oi Lùcio!

Very interesting interview of Phillip Glass. Nice promo piece for Gerald:-) Funny how Glass (who I think is a very old and good friend of Gerald's) really doesn't know where Gerald was born or where he was raised. Gerald is a "man of mystery";-) Speaking of which, have you heard anything about "Hemingway, the Opera"? I asked Caetano (the new director, right?) on his blog if he had any news, but no response. Borut, the Slovenian composer that Gerald wanted for the opera is also curious. In fact, I don't think that he even knows that Caetano is the new director! Someone should tell him, don't you think?

Um abraço,
John

biografia disse...

Realmente otima entrevista... em relacao ao acordo, sou contra tambem, ou melhor, ainda estou pensando a respeito, mas nem adianta mais, ja foi aprovada, nao{

A minha razao vai mais na linha da identidade nacional, brasileira. A lingua patria que se formou no Brasil, falada, ja´e´muito diferente da portuguesa falada em Portugal. A questao da diferenciacao "sem diferenciar muito", como era o jeito que estava sendo, achava muito saudavel. Fora que e´muito complicada as regras. Eles poderiam simplesmente fazer novas regras, como o fim do hifen e da trema... especificamente para o portugues do Brasil.
Afinal, pelo que eu saiba, mesmo so paises de lingua inglesa tem suas diferencas de uso, nao{

abraco,
DNY

Gerald Thomas disse...

Obrigado, Lucio pelas lindas palavras.
Nice meeting you here John
Strange that my place of birth should be of such concern to you? It's supposed to be funny. As funny as when Phil says that he doesn't know where I live...
(we shared a lease for 10 years in Brooklyn).

But that requires WIT.

Got any left?

O recado acima era pro John
Eh obvio, Lucio que vc nada sabe sobre a opera Hemingway e o John nao tem hombridade suficiente pra me escrever diretamente,

LOVE
Gerald

Gerald Thomas disse...

PHILIP Glass
se escreve com um L so/
LOVE
G

Gerald Thomas disse...

Obrigado, Lucio pelas lindas palavras.
Nice meeting you here John
Strange that my place of birth should be of such concern to you? It's supposed to be funny. As funny as when Phil says that he doesn't know where I live...
(we shared a lease for 10 years in Brooklyn).

But that requires WIT.

Got any left?

O recado acima era pro John
Eh obvio, Lucio que vc nada sabe sobre a opera Hemingway e o John nao tem hombridade suficiente pra me escrever diretamente,

LOVE
Gerald