terça-feira, 29 de abril de 2008

Sobre Francis e o Marxismo

deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Paulo Em Transe: Marx & Papai Noel": Pois é: uma coisa que um futuro biógrafo do Francis deve sublinhar é exatamente o fato essencialmente trágico de que ele de uma certa forma preparou o próprio fim. Nenhum dos seus amigos políticos de Direita, de fim de carreira, se daria ao luxo de soltar aquele insulto absurdo sobre os diretores da Petrobrás, e se o fizessem e fossem processados, se retratariam imediatamente, e ao diabo as conseqüências disto para a reputação! O Francis não, morreu roxo sem perder a pose...De certa forma, o Francis acreditava em tudo que dizia; ele era a caricatura extrema do intelectual brasileiro de Esquerda renegado, que quando vê o povo agir politicamente de uma maneira que contradiz suas ilusões idealistas (como quando ele adere ao populismo varguista, ou ao pragmatismo do Lula) vira as costas a ele. Na década de 60, bem ou mal, ele teve ainda a coragem de ser companheiro de viagem do Brizola; mas 30 anos depois, deslumbrado em NYC, errou feio. Aqui entra um problema constante do intelectual de Esquerda brasileiro: sua tendência a tirar do marxismo apenas o lado elitista, de um leninismo em que a vanguarda é o único sujeito histórico, esquecendo da frase da "Ideologia Alemã" que diz que o Comunismo é o _movimento real das coisas_ - coisa que Lenin, com todo o elitismo da sua teoria política, jamais esqueceu. A questão aí é entender que, para o marxismo, o ponto de partida é a realidade material, mas também a _contradição_ que ela contém em si mesma; o estado real das coisas, mas tb. a sua superação possível.ass.Carlos Rebello (crebello@antares.com.br)

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