O teatro de Gerald Thomas me pareceu, quando estudante, manifestação última da vanguarda no Brasil. Ele parecia solitário. Um colega de faculdade montou uma peça sobre Nietzsche. O pessoal comentou que, pelos diálogos em off, existia uma clara influência de...Gerald Thomas. Nietzsche era um mito para mim, um filósofo que escrevia com paixão, entremeando um poema e uma reflexão aqui e ali. Eu queria fazer isso. No entanto, meu curso de Filosofia não dava espaço para Nietzsche. Vou uma das minhas grandes comoções. Mas um dia escrevi a frase "é preciso um grande caos interior para parir uma estrela bailarina" no intervalo da aula de um padre jesuíta que falava mal de Nietzsche. O padre recusou-se a apagar a frase, deu a aula toda com ela lá cravada.
Repercutiu muito também a maneira como Gerald Thomas detonou a cordialidade falsa da imprensa mineira. "Você comem porco, porco come cocô", comentou um amigo nietzschiano, imitando Gerald dar entrevista, dizendo que a câmera deu um close em seu rosto dizendo isso.
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