Ter com o pai a necessária conversa
de alegações e cobranças. Agradecer
o instante da criação. Desobedecer
a ordem de calar o desacerto e se fazer
surdo ao grito. Primeiro relacionar os fatos
derradeiros: a morte como seqüência
do abandono. O abandonar a esperança
de melhores dias. Ouvir razões impróprias
e a certeza da saída. Honrosa maneira
de se fazer presente. Como se ao ausente
fossem ofertados nichos obscurecidos
de janelas abertas. Cobrar a ausência
e dizer da tristeza. Em uníssono, falar
mal dos deuses permanentes. Dançar
sobre o tablado e ao se sentir distante
retornar ao âmago da relação: ter
sido uno ao tempo da bifurcação.
(Pedro Du Bois, inédito)
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