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Entrevista exclusiva
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Tio Les (tradução por Luís Peazê)
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Montana: segundo John Hemingway a frase de Ernest Hemingway "Gigi, nós dois viemos de uma estranha tribo" é verdadeira... (tradução por Luís Peazê)
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Biografia de John Hemingway
Entrevista:
CLÍNICA LITERÁRIA: Sr. John Hemingway, falando sobre hábito de leitura, tendo sido educado na América, neto do Prêmio Nobel de Liteatura 1954, sendo historiador, professor, escritor e colunista vivendo na Europa, como o Sr. vê o futuro da "leitura" colocando em perspectiva as tendências das diversas mídias e veículos de multi-leitura - embora estejamos tratando aqui de um processo muito lento que não pode ser abordado antes de um macro período de tempo? -- Considerando a massiva produção editorial de literatura tendendo cada vez mais e ser produzida por um número cada vez menor de publishing houses (i.e.globalização), onde cada país puxa a sardinha para o seu assado, mas como sabemos a água tende a escoar sempre pelo lado mais profundo. Sabemos que a pergunta é meio longa, mas, ora, queremos conversar sobre leitura.
JOHN HEMINGWAY: Bem, sou otimista quanto ao futuro dos livros e da leitura e da literatura em geral. É verdade que vivemos numa era onde a mídia visual (televisão e cinema) tende a dominar, mas elas são, pelo menos na minha opinião, mídias passivas. Isto é, aos espectadores é dada a história que o diretor quer que eles vejam. A literatura, por outro lado, é ativa. O leitor obviamente está lendo o que o escritor escrveu, mas ele (leitor) tem que imaginá-la, e a visão que cada pessoa faz daquela imagem é singular, única. Nós criamos, cada um de nós, nossas próprias realidades virtuais bem personalizadas cada vez que tentamos imaginar a personagem ou a locação descritas num livro. Mentalmente isto é muito mais criativo do que simplesmente sentar diante da TV ou de uma tela de cinema. Não que eu seja contra estas mídias, longe disto, por favor, apenas penso que LER tem esta dádiva.
CL - Qual é a sua fomação como leitor, quero dizer, o que e como foi desenvolvendo e aperfeiçoando espontaneamente o seu interesse por literatura através do tempo? E o que o Sr. lê hoje em dia?
JH - Minha formação como leitor? Boa pergunta. Acho que quando eu era bem jovem a minha leitura esteve muito ligada à natureza e ao mar. Na minha adolescência eu lembro um grande número de Heinlen (Stranger in a strange land) e Asimov e praticamente tudo o que estivesse ligado à ficção científica. Claro, todos os livros de meu avô e outros grandes escritores americanos, Fitzgerald, Steinbeck, Faulkner, etc. De escritores atuais eu tenho que dizer que o meu favorito é o Paul Auster. Seu "New York Trilogy" é um assombro. Borges é outro favorito. Estudei espanhol na universidade e li muitos de seus livros
CL - Por favor, nos fale dos seus projetos profissionais.
JH - No momento, em paralelo ao trabalho como professor de história e tradutor, escrevo contos e artigos para jornais. Artigos como este que Luís Peazê traduziu, publicados no Libero, aqui na Itália. Os contos devem ser em breve publicados por uma editora nos Estados Unidos.
CL - Bem, não poderíamos perder a oportunidade de lhe perguntar sobre o seu ilustre avô, Ernest Hemingway. Lembra-se de algum comentário dele dirigido aos leitores em geral?
JH - Infelizmente ele se foi quando eu ainda era muito pequeno. Meu pai me falava bastante dele e disse que Ernest acreditava que um escritor tem que trabalhar duro, e era isto o que ele fazia. Que ele tem que didicar-se totalmente na sua arte, ou ofício, era o que ele dizia. Papai também me contou que ele disse que "você" tem que ter humildade para revisar ou jogar fora qualquer coisa que "você" escreva que não esteja bom o bastante. Você tem que ser exigente consigo mesmo, porque se você não for ninguém mais será. E é esta a imagem que meu pai me deu sobre meu avô, um homem que não iludia a si próprio, que foi honesto consigo mesmo em tudo o que fez.johnsfamily.jpg (47115 bytes)
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