Excelente exemplo é o Bad Sex Award, concedido todo ano pela Literary Review de Londres (aqui, em inglês, os trechos vencedores de 1998 a 2005). Ganha o autor da pior, menos excitante, mais canhestra cena de sexo da ficção. Uma disputa sempre duríssima num dos terrenos mais traiçoeiros que um escritor pode enfrentar.
O prêmio mais recente foi dado postumamente a Norman Mailer por “O castelo na floresta” (Companhia das Letras, tradução de Pedro Maia Soares), ficção histórica sobre os anos de formação de Adolf Hitler. Eis um trecho da cena campeã, na página 68 da edição brasileira:
Tem mais, mas isso basta – com sobra –Assim, Klara virou-se para os pés da cama, pôs sua parte mais indecente sobre o nariz e a boca ofegantes de Alois e tomou em seus lábios seu velho aríete de guerra. Titio estava tão mole quanto um rolo de excremento. Não obstante, ela o chupou com uma avidez que só poderia vir do Maligno – isso ela sabia. Era de lá que aquele impulso tinha de vir. Assim, ambos estavam agora com as cabeças no lado errado, e o Maligno estava ali. Jamais estivera tão perto.
O Sabujo começou a voltar à vida. Dentro de sua boca. Foi uma surpresa para ela. Alois estivera tão flácido. Mas, agora, era homem de novo! A seiva de Klara escorria de sua boca, ele virou-se e cingiu o rosto dela com toda a paixão de seus lábios e sua face, pronto finalmente para moê-la com seu Sabujo…
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