A VOLTA DO KATRINA |
Montréal (Canadá) - Esperemos que o furacão Gustav mude de direção no último momento e poupe a cidade de Nova Orleans de uma segunda tempestade catastrófica em pouco mais de três anos. Seria um pouco de sorte para uma cidade que tem tido uma injusta quota de infortúnio. Mas os meteorologistas dos EUA estão prevendo que o Gustav vai bater na costa americana nesta segunda-feira de manhã, perto do mesmo local por onde o Katrina entrou em 2005, e o prefeito de Nova Orleans ordenou a evacuação da cidade e chama o furacão que se aproxima de "a tempestade do século". Em agosto de 2005, mais de 1800 pessoas morreram quando o sistema de barragem de Nova Orleans se rompeu e inundou oitenta por cento da cidade. Nos dias que se seguiram, o mundo testemunhou o sofrimento de muitos dos sobreviventes que foram parar em telhados, pontes e no Superdome. Houve até um vídeo de prisioneiros, que foram abandonados na prisão, gritando por ajuda e acenando desesperadamente atrás das grades quando a enchente ameaçava afogá-los. Corpos foram vistos flutuando nas ruas se decompondo debaixo de um sol quente, sem que fosse foi feito qualquer esforço para resgatá-los. Foi como o inferno de Dante, um panorama de dor e de absoluto desinteresse pelo sofrimento humano por parte do governo federal que poucos nos Estados Unidos estavam habituados a ver. A América que podia gastar um bilhão de dólares por semana em suas guerras no exterior foi incapaz de cuidar da sua própria. No entanto, nem todos ficaram descontentes com o que aconteceu. Para a administração Bush, o furacão foi uma oportunidade de sorte. Foi um desastre, assim como 9 / 11 também foi, mas que permitiu a ela experimentar idéias e políticas que, em circunstâncias normais, não teriam sido toleradas.
A Cruz Vermelha disse que foi informada pelo governo de que não poderia entrar, pois isso seria um sinal para os que moradores que tiveram que sair que eles poderiam voltar e começar a reconstrução. Isso, naturalmente, era a última coisa que a Administração Bush queria. Quarteirões inteiros da cidade, onde predominavam negros e pobres, tinham que ser limpos. Nada menos que uma “limpeza étnica" norte-americana da Big Easy (Nova Orleans) bastaria. Isto é o que os Neocons queriam e conseguiram. Nova Orleans perdeu um terço da sua população e, até o dia de hoje, bairros inteiros continuam inabitáveis. O dinheiro do governo federal, que tinha sido prometido para ajudar as pessoas a reconstruirem suas vidas e casas, nunca chegou. Desta forma, as prioridades da oligarquia que regem a América ficaram claras. As guerras externas continuariam, não importa quanto custem, enquanto Nova Orleans, berço do jazz e parte integrante da alma da América, tornar-se-ia apenas mais uma área para testar experimentos de controle social e pilhagem corporativa.
In August of 2005 over 1,800 people were killed when the levee system of New Orleans failed and eighty percent of the city was flooded. In the days that followed the world witnessed the plight of the many survivors who were stranded on rooftops, bridges, and in the Superdome. There was even a video of prisoners, who had been abandoned in their jail, screaming for help and frantically waving from behind metal bars as flood waters threatened to drown them. Bodies were seen floating down streets and were left to decompose in the hot sun for days before any effort was made to retrieve them. It was a Dante-like panorama of pain and of absolute disregard for human suffering on the part of the Federal government that few in the United States were accustomed to seeing. The America that could spend a billion dollars every week on its foreign wars was incapable of taking care of its own. Yet, not everyone was displeased with what had happened. For the Bush administration the hurricane was an opportunity of sorts. It was a disaster, just as 9/11 had been, that would wipe the slate clean and would allow them to experiment with ideas and policies that under normal circumstances wouldn’t have been tolerated.
The Red Cross said that they were told by the government that they couldn’t come in because that would be a sign to the residents who had left that they could return and begin rebuilding. Which, of course, was the last thing that the Bush Administration wanted. Whole sections of the city, the predominantly black and poor ones, had to be cleared. Nothing short of a North American “ethnic cleansing” of the Big Easy would do. This is what the Neocons wanted and what they got. New Orleans lost a third of its population and to this day entire neighborhoods are uninhabitable. The Federal money that had been promised to help people rebuild their lives and homes never arrived. In this way, the priorities of the oligarchy that rules America were clear. The foreign wars would continue, whatever the cost, while New Orleans, the birthplace of jazz and a integral part of America’s soul, would become just another test site for experiments in social control and corporate plunder. |
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Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
A Volta do Katrina
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